ATA DA SEXAGÉSIMA PRIMEIRA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 15-8-2002.
Aos quinze dias do mês de
agosto de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze
minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores
Cassiá Carpes, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo
Danéris e Maria Celeste. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos
Pestana, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Fernando
Záchia, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul
Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos. Na ocasião, face à inexistência de quórum deliberativo, deixaram de
ser votadas as Atas da Qüinquagésima Quinta e Qüinquagésima Sexta Sessões
Ordinárias. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 014/02 (Processo nº 2645/02); pelo Vereador
Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Beto Moesch, os
Pedidos de Informações nºs 178, 179, 180 e 181/02 (Processos nºs 2658, 2659,
2660 e 2661/02, respectivamente); pelo Vereador Cassiá Carpes, 02 Pedidos de Providências;
pela Vereadora Clênia Maranhão, 01 Pedido de Providências e o Pedido de
Informações nºs 182/02 (Processo nº 2671/02); pelo Vereador Fernando Záchia, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 143/02 (Processo nº 2397/02); pelo Vereador
João Antonio Dib, o Pedido de Informações nº 184/02 (Processo nº 2692/02); pelo
Vereador João Carlos Nedel, 11 Pedidos de Providências; pela Vereadora Maria
Celeste, o Projeto de Lei do Legislativo nº 159/02 (Processo nº 2673/02).
Também, foi apregoado o Ofício nº 566/02, de autoria do Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 054/02
(Processo nº 2678/02). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador
Marcelo Danéris, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que o Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 002/02 (Processo nº 1235/02) seja incluído na
Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal. Do EXPEDIENTE,
constaram: Ofícios nºs 467, 469, 482 e 559/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre; 055/02, do Senhor José Pereira da Silva, Diretor do Departamento de
Gestão do Fundo Nacional de Assistência Social do Ministério da Previdência e
Assistência Social; 582/02, do engenheiro Carlos Atílio Todeschini,
Diretor-Geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz relatou encontro ocorrido entre Sua
Excelência e colaboradores do Lar Santo Antônio dos Excepcionais, abordando as
dificuldades enfrentadas pela entidade para a manutenção do atendimento
prestado a crianças portadoras de deficiências que se encontram em estado
vegetativo e defendendo a destinação, por parte do Executivo Municipal, de
recursos públicos para auxiliar financeiramente essa instituição. O Vereador
Sebastião Melo discorreu sobre os debates realizados pela Câmara Municipal de
Porto Alegre quanto ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, que estabelece as
Diretrizes Orçamentárias do Município para o ano dois mil e três. Também,
manifestou-se sobre a proposta de criação do órgão gestor do Sistema Público de
Previdência Social dos funcionários do Município de Porto Alegre, salientando a
necessidade de que esse processo transcorra com transparência e democracia. A
Vereadora Sofia Cavedon discorreu sobre os problemas verificados no sistema
público de segurança do Estado do Rio Grande do Sul, mencionando reunião
ocorrida entre Sua Excelência e autoridades vinculadas ao tema, relatando as
principais conclusões e sugestões obtidas nesse encontro, no sentido de
melhorar as condições de trabalho da Polícia Civil e da Brigada Militar e analisando
a forma como esse assunto vem sendo debatido pela sociedade. O Vereador João
Antonio Dib manifestou-se sobre a instalação de Comissão Especial destinada a
avaliar a implantação do Departamento de Previdência dos Funcionários do
Município de Porto Alegre, discursando sobre a decisão prolatada pelo Senhor
Presidente durante a Qüinquagésima Sétima Sessão Ordinária, a qual fixou em
onze o número máximo de integrantes para essa Comissão Especial e aludindo aos
efeitos jurídicos acarretados por essa decisão. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt,
solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje,
tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Cláudio
Sebenelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Urbanização,
Transportes e Habitação. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Estilac Xavier
manifestou-se sobre a situação enfrentadas por funcionários da empresa Melo
Martins, que propuseram ações judiciais contra a mesma e, em razão disso, não
conseguem trabalhar em outros lugares. Também, referiu-se ao Recurso apresentado
pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, contra a decisão do Senhor Presidente, que fixou
em onze o número de integrantes da Comissão Especial destinada a apreciar a
criação do Departamento de Previdência dos funcionários do Município. A seguir,
o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Rosa Wolkweis, Diretora
Artística do Grupo de Danças Populares Andanças, da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul - UFRGS, convidando Sua Senhoria a integrar a Mesa dos trabalhos.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia prestou sua homenagem
ao Grupo de Danças Populares Andanças, da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul - UFRGS, historiando a fundação e as atividades desenvolvidas pelo mesmo,
no sentido de promover a divulgação de danças folclóricas gaúchas e brasileiras
e informando que esse Grupo representou o Brasil em festivais de dança
realizados na França. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell externou sua
preocupação com a prática ilegal de câmbio nas ruas de Porto Alegre, bem como a
atuação irregular de cooperativas de prestação de serviços que não estão
devidamente legalizadas. Ainda, analisou os problemas de segurança pública
verificados na Cidade, especialmente nas imediações do Morro Santa Tereza e
denunciou atividades ilícitas praticadas por empresas de desentupimento
sanitário na Cidade. O Vereador Ervino Besson destacou a importância do
trabalho desenvolvido pelos cidadãos que se encontram na direção de entidades
assistenciais de Porto Alegre, abordando, especialmente, a atuação do Lar Santo
Antônio dos Excepcionais. Nesse sentido, referiu-se aos níveis de não-aproveitamento
de alimentos, especialmente nas distribuidoras de hortifrutigranjeiros,
defendendo a adoção de medidas que garantam menor desperdício e o envio de
alimentos a entidades carentes. O Vereador Cláudio Sebenelo teceu críticas à
atual situação do sistema público municipal de saúde de Porto Alegre,
mencionando as dificuldades enfrentadas pelos cidadãos para a obtenção de
atendimento médico, especialmente nos hospitais de grande porte de Porto Alegre
e afirmando que o modelo hoje adotado não satisfaz as necessidades da
população, face à falta de investimentos na rede primária de saúde e às políticas
de centralização do atendimento médico. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 105/02, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib e Aldacir Oliboni; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
do Executivo nº 050/02, o Projeto de Lei do Legislativo nº 144/02, discutido
pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 024,
089, 090 e 091/02, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 135, 142 e 145/02, discutidos
pelo Vereador Pedro Américo Leal, 152/02, discutido pelo Vereador Cláudio
Sebenelo, 134, 137, 138, 147, 149, 150, 151 e 153/02, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 011/02, o Projeto de Lei do Executivo nº 053/02.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Bosco Vaz posicionou-se frente ao tema
segurança pública, apontando para a necessidade de haver sugestões que
contribuam efetivamente para a solução dos problemas relativos ao assunto.
Nesse sentido, lembrou os Projetos de Lei de sua autoria, já aprovados, que
tratam do cercamento eletrizado em residências e da existência de detectores de
metais em casas de entretenimento noturnas. O Vereador João Antonio Dib relembrou
atos exercidos por Sua Excelência, no sentido de fiscalizar ações do Poder
Executivo Municipal nesta Legislatura e em Legislaturas passadas. Também,
pronunciou-se a respeito de Pedidos de Informações de sua autoria que não receberam
resposta e questionou a política de recursos humanos praticada pela Prefeitura,
citando o efetivo de estagiários existente na Administração Municipal. O
Vereador Fernando Záchia teceu considerações sobre o trabalho que vem sendo
realizado pela Comissão Especial para a análise da implantação da Linha 2 do
metrô na Região Metropolitana de Porto Alegre. Também, teceu críticas à administração
da Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC - pelo posicionamento
adotado quanto à proposta de instalação dessa linha de metrô na Capital. O Vereador
Haroldo de Souza analisou o funcionamento de casas legislativas municipais,
estaduais e federais, apontando detalhes a serem corrigidos para agilizar o
trabalho nesses Parlamentos. Também, contestou os critérios utilizados no
Programa de Orçamento Participativo e teceu críticas ao Projeto de Lei do Legislativo
nº 153/02 (Processo nº 2585/02), de autoria do Vereador Carlos Pestana, que
institui o Dia da Democracia Participativa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Cláudio Sebenelo, discordando de críticas feitas ao desempenho do Senhor
Fernando Henrique Cardoso à frente do Governo Federal, questionou as políticas
de saúde adotadas pelo Município de Porto Alegre. Ainda, perquiriu o implemento
de projetos que instituem o transporte metroviário em Porto Alegre e promovem
medidas tendentes à urbanização da orla do Lago Guaíba. O Vereador Raul Carrion
convidou os presentes para a Audiência Pública sobre a Área de Livre Comércio
das Américas - ALCA, a realizar-se no dia dezesseis de agosto do corrente, na
Casa do Economista do Rio Grande do Sul, discorrendo sobre a importância do
evento e da discussão do tema. Ainda, noticiou decisão do Superior Tribunal
Federal sobre Ação Direta de Inconstitucionalidade relativa à abertura do
comércio aos domingos e feriados. O Vereador Marcelo Danéris, contraditando o
pronunciamento efetuado pelo Vereador Cláudio Sebenelo sobre a política
municipal de saúde, asseverou que muitos dos entraves nessa área são
decorrentes da política administrativa adotada pelo Governo Federal. Também,
questionou o projeto econômico desenvolvido pelo Senhor Fernando Henrique
Cardoso como Presidente da República e a solicitação de empréstimo feita ao
Fundo Monetário Internacional - FMI. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e dada continuidade ao processo de votação
das matérias acessórias apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02
(Processo nº 2018/02), iniciada durante a Sexagésima Sessão Ordinária. Na
ocasião, face Questões de Ordem formuladas pelo Vereador Luiz Braz, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca das normas regimentais que vedam a
utilização da Comunicação de Líder durante a Ordem do Dia e sobre a apreciação
de Parecer exarado pela Comissão de Constituição e Justiça, referente a Recurso
interposto contra decisão do Senhor Presidente, prolatada durante a
Qüinquagésima Sétima Sessão Ordinária, que fixou em onze o número máximo de
integrantes da Comissão Especial instituída para analisar o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 001/02 (Processo nº 0692/02), que dispõe sobre o
Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de
Porto Alegre. Também, o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Comissão de
Constituição e Justiça, procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, do Parecer
acima referido. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 81, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, por oito votos SIM e quinze votos NÃO,
após ser encaminhada à votação pelo Vereador Sebastião Melo, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Beto
Moesch, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Luiz Braz, Pedro Américo
Leal, Sebastião Melo e Cláudio Sebenelo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Carlos Pestana, Estilac Xavier, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela
Maffei, Paulo Brum, Raul Carrion, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Na ocasião,
face Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Marcelo Danéris e Sebastião
Melo, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos relativos à votação da Emenda
nº 82 e sobre a inexistência de prejudicialidade dessa Emenda, em razão da
aprovação da Emenda nº 45, todas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº
044/02 (Processo nº 2018/02). Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº
82, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, por dez votos SIM e doze
votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Sebastião Melo e
Adeli Sell, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo
votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Pedro Américo Leal,
Sebastião Melo e Cláudio Sebenelo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Estilac Xavier, João Bosco Vaz,
Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion
e Sofia Cavedon. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença dos
Vereadores José Luiz Grassel, do PMDB, e Darci de Bastos, do PTB, do Município
de Herveiras - RS. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 83, aposta
ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, por um voto SIM, vinte votos NÃO e três
ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Sebastião Melo e Juarez
Pinheiro, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo
votado Sim o Vereador Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Ervino Besson,
Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro
Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Cláudio Sebenelo e
tendo optado pela Abstenção os Vereadores Elói Guimarães, Nereu D'Avila e Paulo
Brum. Na oportunidade, o Senhor Presidente declarou a prejudicialidade da
alínea "a", inciso I, artigo 7º, constante na Emenda nº 83, face à
aprovação da Emenda nº 44, todas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº
044/02. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 84, aposta ao Projeto
de Lei do Executivo nº 044/02, por vinte e dois votos SIM, após ser encaminhada
à votação pelos Vereadores Sebastião Melo, Marcelo Danéris e Reginaldo Pujol,
em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá
Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo
Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Cláudio Sebenelo. Foi votada destacadamente
e aprovada a Emenda nº 86, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, por
doze votos SIM e onze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos
Vereadores Sofia Cavedon e Sebastião Melo, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá
Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião
Melo e Cláudio Sebenelo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos
Alberto Garcia, Carlos Pestana, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo
Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Na
ocasião, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se sobre os trabalhos da
presente Sessão. A seguir, foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº
87, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, por sete votos SIM e
quinze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Sebastião
Melo, Reginaldo Pujol e Maristela Maffei, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Cassiá Carpes, Ervino
Besson, João Bosco Vaz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e
Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch,
Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Estilac Xavier, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela
Maffei, Paulo Brum, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Após, foi aprovado
Requerimento verbal formulado pelo Vereador João Antonio Dib, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Foi
votada destacadamente e aprovada a Emenda nº 160, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 044/02, por doze votos SIM e onze votos NÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto
Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Ervino Besson, João Antonio Dib,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo
Leal, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Carlos Pestana, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon.
Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 89, aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 044/02, por sete votos SIM e dezesseis votos NÃO, após ser
encaminhada à votação pelos Vereadores Sebastião Melo, João Antonio Dib e
Juarez Pinheiro, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo,
tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Haroldo de Souza,
João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Pedro Américo Leal e Sebastião Melo e Não
os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos
Pestana, Ervino Besson, Estilac Xavier, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum,
Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Sofia Cavedon. Foi votada destacadamente e
rejeitada a Emenda nº 90, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, por
seis votos SIM, treze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação
pelo Vereador Sebastião Melo, em votação nominal solicitada pelo Vereador
Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, João
Carlos Nedel, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, Não os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana,
Estilac Xavier, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo
Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon e tendo
optado pela Abstenção o Vereador Nereu D'Avila. A seguir, o Senhor Presidente
declarou a prejudicialidade da Emenda nº 91, em virtude da rejeição da Emenda
nº 90, ambas apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02. Foi votada
destacadamente e aprovada a Emenda nº 92, aposta ao Projeto de Lei do Executivo
nº 044/02, por doze votos SIM e dez votos NÃO, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo Sim os Vereadores Beto Moesch, Cassiá
Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, João
Carlos Nedel, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e
Sebastião Melo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia,
Carlos Pestana, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria
Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Foram votadas
destacadamente e aprovadas as Emendas nºs 93, 96, 97 e 123, apostas ao Projeto
de Lei do Executivo nº 044/02. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda
nº 130, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, por oito votos SIM e
doze votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris,
tendo votado Sim os Vereadores Cassiá Carpes, Haroldo de Souza, João Carlos
Nedel, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e
Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto
Garcia, Carlos Pestana, Estilac Xavier, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon.
Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 131, aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 044/02, por oito votos SIM e quatorze votos NÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto
Moesch, Cassiá Carpes, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Paulo Brum, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e Não os Vereadores Adeli Sell,
Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Ervino Besson, Estilac
Xavier, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste,
Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 133, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 044/02, por dez votos SIM e doze votos NÃO, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto
Moesch, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João
Carlos Nedel, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sebastião
Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia,
Carlos Pestana, Estilac Xavier, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Marcelo
Danéris, Maristela Maffei, Paulo Brum, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Foi votada
destacadamente e rejeitada a Emenda nº 150, aposta ao Projeto de Lei do
Executivo nº 044/02, por oito votos SIM, doze votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após
ser encaminhada à votação pelo Vereador Sebastião Melo, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Beto
Moesch, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel,
Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Estilac Xavier, Juarez
Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum, Raul
Carrion e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os Vereadores Elói
Guimarães e Pedro Américo Leal. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda
nº 152, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, por nove votos SIM e
doze votos NÃO, após ser encaminhada à votação pelo Vereador Sebastião Melo, em
votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado Sim os
Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João
Carlos Nedel, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sebastião
Melo e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia,
Carlos Pestana, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria
Celeste, Maristela Maffei, Paulo Brum, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Na
ocasião, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos
termos regimentais. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 153,
aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, por oito votos SIM, onze votos
NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Sebastião
Melo, Carlos Alberto Garcia, Elói Guimarães, Reginaldo Pujol e Raul Carrion, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os
Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Elói Guimarães, Ervino Besson, João
Carlos Nedel, Nereu D'Avila, Paulo Brum e Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Estilac Xavier,
Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion
e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção o Vereador Pedro Américo Leal.
Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 154, aposta ao Projeto de Lei
do Executivo nº 044/02, por quatro votos SIM, treze votos NÃO e duas
ABSTENÇÕES, após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Sebastião Melo e
Carlos Alberto Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião
Melo, tendo votado Sim os Vereadores Ervino Besson, João Carlos Nedel,
Reginaldo Pujol e Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Estilac Xavier, Haroldo de
Souza, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu
D'Avila, Raul Carrion e Sofia Cavedon e tendo optado pela Abstenção os
Vereadores Cassiá Carpes e Pedro Américo Leal. Na ocasião, o Vereador Marcelo
Danéris manifestou-se sobre a autoria dos pedidos de votação em destaque para
as Emendas de nºs 152 a 157 e 160, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº
044/02. Foi votada destacadamente e rejeitada a Emenda nº 155, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, por oito votos SIM e onze votos NÃO,
após ser encaminhada à votação pelos Vereadores Sebastião Melo e Carlos Alberto
Garcia, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo
votado Sim os Vereadores Cassiá Carpes, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Luiz
Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo e Não os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana,
Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela
Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Foi votada destacadamente e rejeitada a
Emenda nº 156, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02, por oito votos
SIM, onze votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os Vereadores Cassiá Carpes, Clênia
Maranhão, Ervino Besson, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo
Pujol e Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos
Alberto Garcia, Carlos Pestana, Estilac Xavier, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon e tendo optado
pela Abstenção o Vereador João Carlos Nedel. Foi votada destacadamente e
rejeitada a Emenda nº 157, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 044/02,
após ser encaminhada à votação pelo Vereador Sebastião Melo. Às dezenove horas
e vinte e sete minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Carlos Alberto
Garcia, João Carlos Nedel, Paulo Brum e João Antonio Dib, este nos termos do
artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores João
Carlos Nedel e Paulo Brum. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Passamos às
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Reginaldo Pujol.
(O
Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu tive
a oportunidade de almoçar hoje com os meus amigos do Lar Santo Antônio dos
Excepcionais. Desde a morte da Dona Élida, eu não tinha tido um contato mais
próximo com os amigos lá do Lar Santo Antônio. Eu sei que vários Vereadores
aqui são amigos do Lar Santo Antônio: o Ver. João Antonio Dib é um dos amigos,
o Ver. Cláudio Sebenelo, que está aqui presente, vários Vereadores são amigos.
Só que o que acontece hoje, Ver. João Antonio Dib e Srs. Vereadores, é que, no
Lar Santo Antônio, nós temos alguns problemas econômicos que colocam a casa
numa situação de dificuldade. E eu acho que nada melhor do que cada um de nós
começar a se importar com o Lar. E essa importância não é para que cada um de
nós possa dar algum tipo de doação, porque isso também não vai resolver o
problema do Lar. Mas eu acredito que nós poderíamos, de alguma forma,
conscientizar os nossos segmentos, as pessoas que estão ligadas a nós, da
importância de continuarem dando amparo àquele trabalho, que é um trabalho
extraordinário, hoje, levado pela D. Bete e o seu esposo, que estão dirigindo o
trabalho; pela D. Gessi, que faz um trabalho fantástico; pela D. Nina, pessoas
realmente exuberantes, que realizam um trabalho magnífico e que não permitem
que aquelas crianças que são excepcionais, vegetativas, fiquem sem assistência.
Eles fazem tudo aquilo em prol dos excepcionais, sem receber nenhum tipo de
apoio das entidades oficiais – Prefeitura Municipal, Governo do Estado -,
quando, na verdade, eu acredito que até o Orçamento deste ano deveria, de
alguma forma, privilegiar casas como o Lar Santo Antonio dos Excepcionais e
outras casas que cuidam de excepcionais vegetativos.
É
um absurdo que entreguemos o problema apenas à missão de algumas pessoas, que,
com o seu esforço próprio, acabam fazendo com que uma tarefa que deveria também
ser uma tarefa dos Governos, do Estado e Municipal, seja realizada apenas por
essas pessoas mais abnegadas.
O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, eu cumprimento V. Ex.ª pela sua preocupação com
o Lar Santo Antônio dos Excepcionais. Penso que V. Ex.ª está lançando a boa
idéia de uma verba na proposta orçamentária. V. Ex.ª poderia redigir um
documento, que, penso, a totalidade ou pelo menos a maioria dos Vereadores
assinaria, pedindo ao Prefeito que dispusesse uma soma qualquer para que o Lar
continuasse atendendo esses excepcionais de vida vegetativa. Eu tenho certeza
que cada pessoa que um dia lá comparecer vai contribuir para o Lar Santo
Antônio.
O SR. LUIZ BRAZ: É uma boa idéia, Ver. João Antonio Dib, e
eu até acredito no seguinte: Como nós estamos votando a LDO, ela não tem nenhum
tipo de vedação para que possamos fazer algum repasse de verbas. E eu não digo
que seja apenas para o Lar Santo Antonio dos Excepcionais, já que há também o
INAMEX e ainda outras instituições que cuidam também de excepcionais
vegetativos e que têm uma grande carência de recursos para fazer frente às suas
dificuldades. Mas eu penso que, quando da votação do Orçamento – e aí pediria a
ajuda do meu amigo Marcelo Danéris e dos outros Vereadores da bancada
situacionista -, nós pudéssemos trabalhar para que algum tipo de recurso, na
votação do Orçamento, pudesse já ser destinado para essas casas que dão amparo
aos excepcionais. Essas casas estão completamente desprotegidas e, com a crise
econômica que se abate hoje em toda a sociedade, um fenômeno que não acontece
apenas num setor do País, mas que acontece também na sociedade mundial - há uma
crise econômica; a economia mundial precisa ser revista imediatamente -, elas
começaram a receber menos recursos; por isso mesmo, precisam receber mais a
nossa atenção, principalmente a atenção de nós, Vereadores, como homens
públicos, como representantes do conjunto de toda a sociedade, para que
possamos dedicar alguma coisa do nosso Orçamento para que, tanto o Lar Santo
Antônio, como o INAMEX e outras casas que cuidam dos excepcionais sem
vislumbrar nenhum tipo de lucro possam ter ajuda do Poder Público, a fim de que
aquelas crianças – entre aspas – excepcionais vegetativos, às vezes com trinta,
quarenta anos, possam, de alguma forma, viver melhor. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
em Comunicações.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente em exercício, Ver. João
Carlos Nedel; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, especialmente o público
que nos honra aqui nas galerias da Câmara, hoje teremos, logo em seguida, na
Ordem do Dia, uma forte discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que
embasa o Orçamento e que tem uma série de interrogações que o Governo não
responde, uma série de interrogações do ponto de vista da transparência tão
propalada pelos continuístas, Governo que, na prática, na verdade, governa como
uma “caixa-preta”.
Nós
votamos uma Lei, logo atrás, da senha, para que os Vereadores possam ter acesso
à execução orçamentária e estamos aguardando. O Secretário André Passos deve
estar muito ocupado, por isso não pode contribuir para que a PROCEMPA instale
aqui, efetivamente, aquilo que dá acesso à execução orçamentária. Mas vamos
continuar essa discussão adiante. Quero aproveitar o restante do tempo para
falar sobre a previdência dos municipários. Primeiro, queria perguntar ao
querido Ver. Juarez Pinheiro onde ele arruma essas etiquetas para mandar cartas
para todos os municipários. Recebi vários envelopes desses e gostaria de saber
se estão disponíveis a todos os Vereadores, aos da oposição também, ou se só os
Vereadores do Governo têm acesso a essas etiquetas dos funcionários públicos
municipais para dizer algumas coisas, que estão mandando neste panfleto aqui,
que, na verdade, correspondem à versão do Governo.
A
previdência pública é uma conquista, sim, e tem que ser gestada por
funcionários e não pela longa manus do
Governo, e a lei que passou por esta Casa estabeleceu critérios muito claros
para se construir o PREVIMPA. O primeiro deles é que deveria haver, antes de se
propor essa lei, uma ampla discussão com todos os segmentos dos municipários.
Pelo que tenho ouvido e recebido, a não ser que ele tenha mudado de opinião – e
mudar de opinião é bom, porque ouvi desta tribuna, consistentemente, o
representante do Fórum das Entidades, o Sr. Rigotti fazendo duríssimas
críticas, muito mais duras do que as que este Vereador faz. Pelo que sei, ele ainda
não modificou nada daquelas críticas que foram feitas. Portanto, quero crer
que, logo após a LDO, o grande tema desta Casa, não tenho dúvida nenhuma, será
a questão da previdência. A previdência tem que ser dos municipários, a
Prefeitura tem que contribuir com a sua parte, como qualquer outra empresa
contribui, como o Zaffari contribui e outras contribuem, mas quem tem que
gestar a previdência dos municipários, são os municipários. Essa é uma questão
de fundo. Além de a lei estabelecer isso e, portanto, é legal, quem tem que
gestar o dinheiro dos municipários são os municipários, que têm quadros
extremamente competentes.
Segundo,
nós queremos saber, nesse debate, nessa Comissão, como andam as finanças da
Previdência, porque não adianta acusar o Montepio e não ter transparência
quando gesta a Prefeitura. Queremos saber como está o Fundo da Previdência, a
quanto anda, qual é o déficit, qual é o montante, quanto foi arrecadado. Essas
questões estão postas e não podem ser postergadas, qual seja, o Governo usou do
instrumento, pela primeira vez na história desta Casa, de pedir o Regime de
Urgência. É uma faculdade que ele tem. Nunca havia acontecido isso antes.
Pediu, e, portanto, esta Casa está logo ali na frente, menos de um mês com este
Projeto na Ordem do Dia para votação. E essa discussão não pode ser postergada
e não pode ser feita, em nossa avaliação, apenas com os Vereadores, mas
especialmente com o conjunto dos servidores, sejam eles ativos ou inativos.
Portanto, eu acredito que é uma Pauta importante, que temos pela frente tão
logo passe o dia de hoje com a finalização da votação da Lei de Diretrizes
Orçamentárias. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra
em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, trato
aqui de um tema que tem sido, e parece-me que é importante que seja assim, pela
primeira vez, pauta de discussão de toda a sociedade, centro de discussão,
inclusive, do momento político em que vivemos, que é a questão da segurança.
Nós tivemos ontem um momento muito precioso com o Sub-Comandante da Brigada e
com o Delegado-Chefe da Polícia, onde pudemos entender um pouco melhor que
mudança está em curso e como é difícil para a sociedade entender essa mudança.
O
Rio Grande do Sul está sendo o precursor, vanguarda numa mudança de concepção
da polícia, que a democratização da sociedade vinha exigindo, eles nos
lembravam que a segurança, por muito tempo, era considerada uma atividade
simples, que bastava e exigia boa condição física e coragem para fazer a
segurança; boa condição física para enfrentar o bandido, coragem para enfrentar
situações. Com a visão dessas duas únicas características, considerando uma
instituição e uma função simples, essa instituição nunca teve grandes
investimentos, nem informação, nem equipamentos.
A
história da segurança é uma história de uma instituição autoritária, uma
instituição para repressão, uma instituição que sempre protegeu o Estado e o
poder instituído. Com a democratização da sociedade, a sociedade começa a
exigir a troca da ação de violência, da ação de repressão pela ação da
inteligência. Começa-se a exigir uma polícia a serviço da população, que essa
polícia consiga discernir o momento da repressão, o momento em que tem que usar
a força, consiga usar o máximo da sua inteligência, inteligência no sentido da
tecnologia, da investigação, para atacar realmente o crime organizado, o que
gera o crime, o que gera a violência. No entanto, o debate que nós temos tido,
infelizmente, aqui no Rio Grande do Sul, é muito rebaixado, é um debate muito
medíocre. Um exemplo, nesta semana aconteceu um seqüestro relâmpago, uma
novidade em Caxias do Sul, uma menina foi seqüestrada, a família foi chamada,
pagou o seqüestro, a menina foi devolvida. Isso em poucas horas; duas horas
depois a polícia de Caxias do Sul tinha prendido os oito integrantes de uma
quadrilha que começava a fazer esse tipo de crime. Por quê? Porque em Caxias do
Sul, assim como em outras cidades do interior, como em toda a serra, como Passo
Fundo, como Canela, como em Canoas, e como virá a ser em Porto Alegre, a ação
da Polícia Civil e a ação da Brigada Militar estão integradas. Hoje, a Brigada
Militar vai à rua, faz a notificação e já gera o processo para investigação na
Polícia Civil, os sistemas, nessas cidades, já são sistemas integrados, o
grande esforço de integrar a ação, a melhor iniciativa que foi feita foi de
integrar os comandos, integrar os sistemas, integrar as ações, transformar a
guarda, a nossa ação da Polícia e a ação da Brigada em uma ação integrada com a
comunidade, para conhecer os problemas, o funcionamento, a organização da
comunidade. A Polícia Civil prendeu cento e cinqüenta e um policiais envolvidos
muito mais do que em corrupção, envolvidos diretamente com roubo, diretamente
com assalto, extorsão, com tráfico de drogas, mas prendeu com base em processo
administrativo. Toda essa mudança que está acontecendo é uma mudança a qual,
infelizmente, a sociedade não está tendo acesso, porque, infelizmente, a mídia
insiste em tratar apenas daquela forma antiga e ultrapassada a Polícia: que nós
temos de ter muito efetivo na rua, força e coragem, que é uma forma superada de
uma antiga Polícia desqualificada e que só servia para a repressão. Então, nós
precisamos trabalhar com muito mais qualidade, com uma nova concepção de
segurança, e Porto Alegre, o Rio Grande do Sul está preconizando uma nova
forma, com muita formação, com formação integrada, com uso mais da inteligência
do que a mera força e o autoritarismo. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra, em Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Valdir Caetano.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a
Ordem do Dia de hoje tem quase noventa projetos de lei, sendo que, de 20%
deles, dezoito, estão sob a égide malfadada do art. 81, isto é, serão votados
sem parecer. Alguns estão na Ordem do Dia sob a égide do art. 81 desde
fevereiro deste ano. Portanto, a serenidade com que esta Casa trabalha é algo
que impressiona, mas hoje, eu devo dizer que já fiquei um pouco mais
satisfeito, já vi que há preocupação com o problema previdenciário dos
municipários, já houve manifestação nesse sentido. É verdade que, desde o dia
28 de junho, este Vereador tem tentado instalar a Comissão Especial para tratar
do problema, até porque, sendo servidor municipal, sentindo de perto os anseios
da coletividade, no período de recesso, solicitei que as entidades dos
municipários fizessem a sua manifestação ainda que a Comissão não tivesse sido
instalada. No dia 01 de agosto, este Vereador continuou tentando instalar a
Comissão, continuou, hoje é 15. Dia 02 de setembro deve estar na Ordem do Dia
e, conseqüentemente, trancando todo o trabalho da Câmara Municipal enquanto não
for definido o sistema previdenciário dos Municípios, e aí a serenidade da
Câmara me preocupa.
Tem
havido imensas dificuldades para
instalar a Comissão e, até agora, há um problema de quórum para esta Comissão:
se são onze, se são treze, se são quinze, tem mais Bancada, quase, do que
Vereador, é uma coisa impressionante! E eu estou vendo que nós chegaremos ao
dia da votação votando esta matéria da mais alta relevância, da mais alta
significação para a vida dos municipários, mas não só para a vida dos
municipários, também para a vida da cidade de Porto Alegre, chegaremos à
votação sob a égide do art. 81. Mas há Vereadores atentos que, mesmo que não se
constitua a Comissão, já estão estudando que emendas serão feitas, já estão
auscultando os municipários para que se possa fazer emendas à altura das
necessidades dos municipários, para que eles possam, com tranqüilidade,
continuar trabalhando como trabalham hoje, porque as informações que vêm de
todos os lados, tentando criar dificuldades, são muito, muito grandes. Então,
espero que, no início do mês, até por obrigação, até porque não há outra
maneira de fazer, saia um projeto de lei à altura das necessidades dos
servidores municipais. Os servidores confiam, sim, na Câmara Municipal - eu não
tenho dúvida disso -, e nós não podemos fraudar essa confiança que em nós é
depositada.
Portanto,
os servidores podem continuar trazendo as suas contribuições para os seus
Vereadores; escolham o seu Vereador e dêem a ele as suas contribuições para que
se possa, por meio de emendas, fazer um Projeto à altura das necessidades, de
tal sorte que a segurança seja a tônica, e os servidores possam continuar dando
o melhor de si para o serviço desta Cidade, que é tão necessário, tão importante
e que não pode ser feito sob tensão, sob pressão, sob uma série de dúvidas.
Portanto,
eu começo a ficar satisfeito, as coisas parece que começam a acontecer. Saúde e
paz! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Antonio Hohlfeldt solicita
Licença para tratar de Interesses Particulares no dia de hoje.
(Obs.:
Foi aprovado o Requerimento de Licença do Ver. Antonio Hohlfeldt e dada posse
ao Suplente, conforme consta na Ata.)
O
Ver. Estilac Xavier está com a palavra em Comunicações, por cessão de tempo do
Ver. Adeli Sell.
O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, vou usar o primeiro minuto deste tempo para dar conhecimento a esta
Casa de que encaminhei correspondência ao Sr. Hildo Francisco Henz,
Diretor-Presidente da REFAP, em razão de uma série de denúncias que chegaram ao
meu Gabinete de um conjunto de trabalhadores, que anteriormente prestou serviço
a uma empresa chamada Melo Martins, que, por sua vez, faliu, e com os débitos
que tinham com essa empresa os funcionários, seus trabalhadores, entraram na
Justiça. Eis que, agora, esses mesmos funcionários, quando pretendem ingressar
nas obras de ampliação da PETROBRÁS, pelos serviços terceirizados, empresas
como a Rotifi, BSS Engenharia, entre outras, os funcionários que, segundo as
informações que tive, são oriundos da cidade de Triunfo, Montenegro,
Charqueadas, Tabaí, entre tantas outras cidades aqui da Grande Porto Alegre,
constituem uma lista, onde, pelo fato de terem tentado buscar seus direitos na
Justiça, a respeito da Empresa Melo Martins, que faliu, estão impedidos de
serem contratados.
Achamos
que isso é indevido e encaminhamos correspondência ao Sr. Hildo Francisco Henz,
Diretor-Presidente da REFAP e estamos aguardando o pronunciamento dele para
depois tomarmos as medidas devidas.
Mas,
Sr. Presidente, eu vou na esteira do pronunciamento do Ver. João Antonio Dib.
Vi, agora, com muita satisfação - até peço para o Líder, se puder, me alcançar,
por favor, o material da Associação, que na vinda para a tribuna não consegui,
o Jornal da ASTEC - Associação dos Técnicos de Nível Superior do Município de
Porto Alegre. Agradeço muito, Ver. Marcelo Danéris, meu Líder da Bancada.
Nós
estamos aqui debatendo e, logo ao terminar o meu pronunciamento, vou-me dirigir
para a reunião da Comissão de Constituição e Justiça. Ontem, na ausência do
nosso Presidente, fui quem convocou a reunião extraordinária da CCJ para
apreciar o Parecer do Ver. Luiz Braz. Daqui a pouco temos que nos encontrar na
Comissão, onde o Ver. Luiz Braz é o parecerista da Comissão Especial que vai
tratar da autarquia.
A
discussão que se estabeleceu aqui e o que está sendo analisado na Comissão de
Constituição e Justiça é um recurso à decisão do Presidente, que decidiu que a
Comissão Especial deve ser de um terço de membros composta.
A
Câmara tem trinta e três Vereadores e a Comissão, então, tem que ter onze, mas
há uma interpretação de que tem que ter treze, porque isso respeita a
proporcionalidade partidária.
Já
estou com o meu voto, Ver. Luiz Braz, caso seja vencido, em separado, contra o
seu Parecer. Já conheço a sua tese e questiono o fato de que uma Casa que tem
treze partidos e uma disposição expressa do Regimento, que diz que uma Comissão
tem que ter onze, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, que tem nove
Vereadores, tenha um representante.
O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Estilac Xavier, o art. 5.º da Constituição diz que todos são
iguais perante a lei. Esse “todos são iguais” significa que todas as pessoas
são iguais. As pessoas são pessoas jurídicas e pessoas físicas. Os partidos
políticos são pessoas jurídicas e elas se igualam aqui neste Plenário,
independente do seu tamanho, porque senão o direito das minorias, tão defendido
por V. Ex.ª em outras ocasiões, realmente cairia por terra. Eu espero que V.
Ex.ª se lembre da defesa dos direitos da minoria que o Vereador faz muitas
vezes.
O SR. ESTILAC XAVIER: Agradeço o seu aparte, ele ilustra. Eu vou pedir as cópias taquigráficas, Sr. Presidente, deste
pronunciamento, porque vou ingressar agora à tarde no Tribunal Regional
Eleitoral, pedindo que, com base nessa manifestação, o direito de televisão dos
candidatos, inclusive do meu candidato, seja igual para todos. Não é isso, nós
estamos tratando de proporcionalidade, nós estamos tratando de representação. É
evidente que, se assim fosse, Ver. Luiz Braz, não teria nem sentido a Casa ter
Bancadas de seis, de quatro, de dois ou de três Vereadores. O seu argumento é um
sofisma, parte de uma premissa falsa para chegar a uma conclusão.
Nós
vamos debater o assunto na Comissão de Constituição e Justiça, que já está
convocada. Eu quero aqui divulgar, faço questão de divulgar, que a Associação
dos Técnicos de Nível Superior do Município de Porto Alegre, numa entrevista
com esse ilustre cidadão, funcionário da Administração Pública de Porto Alegre,
Sr. Adalberto Pio de Almeida, fez uma longa entrevista expondo os trabalhos da
Associação, e referindo-se à questão da autarquia, dizendo que autarquia
pública é seguro contra a corrupção.
Eu
parabenizo a publicação, de fato é um caminho importante. Aqui tem manifestação
de pessoas sérias, envolvidas com um trabalho que se quer concluir com a
Comissão Especial, com os prazos que temos até o dia 6 de setembro. Agradeço,
Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Temos a grata satisfação de receber o
Grupo Andanças, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que representou o
Brasil na França fazendo apresentações do folclore do Rio Grande do Sul e do
Brasil. Com muito prazer, convido a Professora Rosa Volkweis para compor a
Mesa.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Sr. Presidente dos trabalhos,
Ver. João Carlos Nedel; prezada Profª. Rosa Volkweis, Diretora Artística do
Grupo Andanças; prezado Prof. Clóvis Rocha, Diretor do Grupo Andanças; prezados
bailarinos Denise Soares, Luís Fernando Mengue e Maurício Durajski; prezado
Diretor de Música Mauro de Melo, quero salientar a alegria da cidade de Porto
Alegre em receber o grupo genuinamente gaúcho que, no mês de julho e até a
semana passada, esteve representando o Brasil na França.
Queremos
ressaltar alguns detalhes importantes desse grupo. Ele foi criado na Faculdade
de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1999, e tem
realizado apresentações em diversos lugares, em diversos eventos aqui no Rio
Grande do Sul.
Um
detalhe importante: esse grupo foi convidado para representar o Brasil na
Coréia, por ocasião da Copa do Mundo. Porém, por falta de patrocínio, não se
efetivou a representação, embora tenha sido feito um trabalho árduo de busca de
patrocínio. Assim, infelizmente, o grupo não pôde estar presente.
O
governo francês, por meio de vários festivais que realiza no mês de julho,
levou esse grupo. E esse grupo teve a oportunidade de mostrar um pouco do
trabalho artístico e cultural, não só do Rio Grande do Sul, mas de todo o
Brasil. Eles mostram que aqui não se faz só carnaval e que o talento musical e
os diversos ritmos devem ser apreciados. Foi isso que esse grupo fez nesse
festival de dança, no qual esteve representada a grande maioria dos países de
todo o mundo.
Queremos
ressaltar que dezenove componentes, entre músicos e bailarinos, tiveram a
oportunidade de mostrar o folclore, com suas músicas, danças e trajes, como o
gaúcho, o samba, o frevo, o forró e a capoeira.
Eles
embarcaram no dia 1.º de julho para Paris e retornaram na semana passada,
chegando em Porto Alegre no dia 9 de agosto. Participaram de alguns festivais.
Primeiro, foram à cidade de Voiron, depois participaram do Festival de Nimes,
com recepção do Prefeito e demais autoridades da cidade; depois participaram do
Festival de Tournus e no dia 26 nos shows
de Castelo de Monteseveroux.
Entre
o período de um festival e outro, tiveram a oportunidade de apresentar o seu
talento para os franceses em diversos municípios limítrofes ao local do
festival.
Então,
em nome não só do Partido Socialista Brasileiro, mas, vou-me permitir, em nome
dos trinta e três Vereadores e da cidade de Porto Alegre, quero agradecer a
esse grupo jovem, de apenas três anos, mas um grupo adulto que tem levado
aquilo que temos de melhor em termos de música folclórica. Temos certeza de que
a cada ano esse grupo estará mais forte, representando o nosso Município, o
nosso Estado e o nosso País em diversas oportunidades.
Mas
queremos também ressaltar a necessidade de apoio cultural para esse tipo de
evento, porque ele precisa de recursos. Talento não falta aos nossos
bailarinos, aos nossos músicos; eles precisam de apoio cultural e financeiro de
quem possa subsidiá-los. Portanto, queremos, mais uma vez, agradecer ao Prof.
Clóvis, à Prof.ª Rosa e aos bailarinos e músicos pela presença. Como
porto-alegrenses estamos agradecidos por aquilo que vocês têm feito em nome da
nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País. Muito obrigado ao Grupo
Andanças. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, em exercício, Ver.
João Carlos Nedel, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, nós queremos
levantar algumas questões que consideramos extremamente importantes para a
nossa Cidade. Primeiro, estamos de olhos atentos e preocupados com algumas
situações que ocorrem em nossa Cidade, em nosso Estado e no País afora.
Queremos
registrar aqui, mais uma vez, como registramos de outra feita, a atividade
ilegal realizada por cambistas em rua do Centro de Porto Alegre, atividade
ilegal, que já comunicamos ao Banco Central e esperamos providências.
Segundo,
denunciamos aqui várias vezes, já fomos à Delegacia Regional do Trabalho
discutir e levantar a questão da atividade ilícita e ilegítima de certas
cooperativas que nós denominamos de “gatoperativas”, falsas cooperativas que
ludibriam os seus trabalhadores, não pagam tributos, são de fato empresas
“laranjas” e várias delas de empresários falidos que já deram calotes em outros
tantos e que ainda funcionam na nossa Cidade. Não será por falta de aviso.
Avisamos por escrito e já dissemos desta tribuna uma dúzia de vezes.
Terceiro,
estamos preocupados com a situação de insegurança no morro Santa Teresa, Nossa
Senhora do Brasil e redondezas. Todos leram, na semana passada, a respeito da
morte daquele que consideravam, ou a polícia considerava, o chefe do tráfico na
região. Escolas pararam as suas aulas esta semana e parece que hoje houve um
novo movimento nesse sentido de ameaças, porque nós sabemos que as vinganças
estão em curso. Felizmente, e aqui faço um registro, contamos com a preocupação
da nossa Brigada Militar, que, nesses casos, em vários momentos, e, inclusive,
na região, tem agido. Ainda falta muito, porque a situação é muito grave e nós
estamos atentos e de olho nessa situação.
Nós
queríamos também chamar a atenção para que a população faça fiscalização.
Alguém me perguntava: “O que eu faço com os caminhões que fazem argamassa para
construção de edifícios, por exemplo, e saem espalhando essa argamassa pelas
ruas da Cidade?” É simples, cidadãos e cidadãs de Porto Alegre: anotem a placa
do caminhão, porque há legislação sobre isso, está no Código de Limpeza do
Município, não pode fazer.
Queremos
chamar a atenção para algumas empresas que fazem trabalho de desentupimento de
fossas. Temos denúncias, estamos atrás, estamos vigilantes de que fazem a
retirada desse material sanitário, muitas vezes, tremendamente infectado, numa
rua e num terreno atrás do Porto Seco.
Nós
estamos levantando, aqui, um conjunto de questões que envolvem muito mais a
nossa atitude diante das coisas erradas que acontecem. Existe a legislação, na
dúvida, é preciso perguntar, e tudo aquilo que se acha errado deve ser
denunciado.
Portanto,
eu levanto, aqui, um conjunto de temas, e vou levantar outros tantos para
mostrar, senhoras e senhores, o quanto nós temos que estar vigilantes por causa
dessas questões.
É
preciso também retomar um tema que debatemos muito aqui, porque gerou alguma
confusão, sobre uma legislação que nós estamos propondo. Eu vou voltar ao tema,
porque nós queremos fiscalização e queremos soluções. Mas não é um problema,
necessariamente, da Prefeitura – também é, porque a FASC cuida disso, tem
atividade e há um serviço inclusive durante o final de semana de atendimento a
meninos e meninas de rua -, mas, no Bairro de Ipanema, nós sabemos que quem
faz, de fato, o ilícito é o vendedor de bebidas alcoólicas na orla do rio, e o
Conselho Tutelar da Microrregião-6 nada fez, nada faz, apesar de ter todas as
informações por escrito enviadas por este Vereador. Estamos de olho! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Ervino Besson está com a palavra,
em Comunicações, por cessão de tempo do Ver. Almerindo Filho.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, pessoas que
nos assistem pela TV-Câmara, quero saudar todos. O Ver. Luiz Braz, no seu
pronunciamento desta tribuna, com muita propriedade, falou a respeito do Lar
Santo Antônio. Tenho dito algumas vezes, e torno a repetir, que o maior perigo
do mundo é o cansaço dos bons. Mas, graças a Deus - temos que agradecer a Deus
-, ainda existem pessoas com esse espírito de humanidade, como essas que cuidam
das crianças do Lar Santo Antônio, na INAMEX, e em outras instituições que
conhecemos, onde existem essas abnegadas pessoas, com esse espírito de caridade
tão humanitário, que fazem esse trabalho gratuitamente.
Sabemos,
porque eu também tenho visitado algumas vezes o Lar Santo Antônio, assim como a
INAMEX e outras instituições, da triste realidade nestas casas, e instituições
que prestam esse relevante trabalho a nossa sociedade, que enfrentam extremas
necessidades para o sustento das pessoas que são lá assistidas. Por que digo
isso? Quando fui diretor da CEASA, por várias vezes as sobras daquelas
mercadorias, principalmente frutas, eu mandava para as instituições de
caridade. Centenas e centenas de quilos que eram reaproveitados, e essas
instituições recebiam essas mercadorias.
Numa
pesquisa feita há pouco tempo, inclusive, nós temos algumas linhas de produtos
em que há uma perda de 30 a 34%, como é o caso da banana, e mais algumas qualidades
de frutas. E essas instituições muitas vezes não têm uma fruta para esses
doentes.
V.
Ex.ªs sabem qual é a perda do Chile, que é um grande exportador de
fruta do mundo? Quatro por cento! E a perda nossa, como já disse, de algumas
qualidades, supera os 30%! Portanto, isso tem de ser revisto. Em um país como o
nosso, que produz alimentos, algumas qualidades em grandes quantidades, não
podemos, de forma nenhuma, aceitar que esses produtos acabem indo para o lixo e
que essas instituições de caridade sofram essa dificuldade para fazer o
sustento e ter condições de colocar algumas frutas do dia-a-dia para essas
pessoas que estão nessas casas de saúde e nos nossos asilos.
Portanto,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. João Antônio Dib, numa intervenção, colocou
muito bem: todas aquelas pessoas que fizerem uma visita ao Lar Santo Antônio, à
INAMEX e em outras tantas que existem nesta Cidade, jamais se negarão, não
temos dúvida, em estender as suas mãos para dar uma ajuda, de qualquer forma.
Temos certeza de que será de grande valia.
Ao
terminar, peço a Deus que dê muita saúde para essas pessoas abnegadas que,
graças a Deus, ainda existem, que fazem esse trabalho para essas pessoas que
tanto necessitam de calor humano. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra em Comunicações.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, um
pouco antes desta crise mundial, que faz com que as tempestades financeiras
abalem países e que não se tenha qualquer tipo de segurança em relação ao
futuro econômico dos países do mundo inteiro, nós alertávamos, e esta Casa
alertou um sem-número de vezes e clamou por melhores condições na área da
Saúde.
As
Audiências Públicas estão evidenciando cada vez mais a definitiva incapacidade deste modelo torto, arrevesado e,
principalmente, aberrante, que se torna a política municipal de saúde da cidade
de Porto Alegre. Política esta que faz com que a grande maioria dos seus
usuários procurem o sistema pela porta de saída e não pela porta de entrada.
Ainda não temos, ainda não existe o atendimento primário razoável na cidade de
Porto Alegre. Bolsões de populações de trinta, quarenta, cinqüenta mil pessoas
estão sem atendimento primário. Isso realmente é, talvez, uma das maiores
dificuldades que a população de Porto Alegre enfrenta para ter acesso à saúde,
especialmente, porque ficam os profissionais dessa área mandando, para postos
inexistentes, pacientes existentes. E isso se agrava cada vez mais na cidade de
Porto Alegre, pois não houve um projeto, não houve um plano, não há como se
estabelecer um vínculo entre população, pacientes e médicos. Pois é exatamente
a isso que se chega à conclusão quando eu convido a população de Porto Alegre a
constatar isso em uma visita dos Srs. Vereadores e da população de Porto
Alegre, das pessoas que se interessam pelo assunto, às emergências dos
hospitais de Porto Alegre. Estabeleceu-se em todas elas um verdadeiro caos, uma
verdadeira guerra civil. São hospitais de campanha, onde só a dedicação dos
profissionais da área da saúde repõe algumas coisa de dignidade e de melhora
nas relações humanas. É só visitar a emergência do Hospital Conceição, onde as
pessoas ficam em macas no corredor, agora não há mais corredor, tal o número de
macas. Não existe mais corredor, eles estão trancafiados, congestionados por um
grande número de macas, porque a maioria dessas pessoas que precisa de
internação hospitalar é obstaculizada por outra metade, não tão grande, que não
precisaria de hospitalização se tivesse o seu vínculo médico. É exatamente isso
que nós estamos constatando no Hospital de Clínicas, no Hospital Presidente
Vargas, no Hospital Conceição, e nesses hospitais que suportam - sustentados
pelo Governo Federal - todo o problema social que existe na cidade de Porto
Alegre, e, durante todos os períodos legislativos, todos os Vereadores se
referiram a esse problema, a esse caos, a essa sem-solução constrangedora
situação de pacientes que têm direito à saúde e o seu direito não é reconhecido
pelo Governo Municipal, que não se estruturou, que não fez a rede adequada de
atendimento primário e que hoje carece, em todos os pontos de vista, não só da
rede primária, bem como enfrenta as conseqüências da ausência ou insuficiência
de uma rede primária, isto é, o gravame, nas outras instâncias de atendimento,
onde o paciente passa a ser alguma coisa descartável, passa a ter um
atendimento desumano e passa a chegar no sistema pelas emergências e não pelos
postos de saúde.
Pois
é exatamente isso que nós queremos, cada vez mais, destacar, pinçar e mostrar à
população de Porto Alegre, como nós vimos fazendo desde o primeiro dia que
somos Vereadores nesta Cidade, isto é: a ausência ou a insuficiência de uma
política municipal de saúde. Isso é responsabilidade do processo administrativo
e nem tanto a falta de verba, não, muito mais. E, por falar em verbas, ontem e
hoje, está publicada no espelho de nossos boletins a chegada de suportes
importantes, na área social e na área da saúde, de dinheiro por parte do
Governo Federal. E isso é feito quase que diariamente, e isso sustenta a
Prefeitura de Porto Alegre e suas políticas, muitas vezes arrevesadas, muitas
vezes erradas. Inclusive, no que se refere à área da saúde, Ver. João Antonio
Dib, eu tenho certeza de que eu tenho a concordância do Ver. Aldacir Oliboni –
ele, que conhece profundamente esse assunto -, quero registrar que há uma
insuficiência completa nessa na área, e concluímos isso pelos problemas
gravíssimos que vemos nas emergências, conseqüência da falta de atendimento
primário, responsabilidade direta da Secretaria da Saúde, do Sr. Prefeito
Municipal e, principalmente, da Administração, em conjunto com o Partido dos
Trabalhadores, que, muito proximamente, terá, por suas mazelas, por suas incompetências,
por suas incapacidades, de ceder lugar a um outro governo, a uma outra forma de
gerenciar a coisa pública, especialmente no que se refere a minha área, essa
área da saúde, tão doída, tão sofrida e tão delicada e que é vista dessa forma
atabalhoada e incompetente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
1729/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 105/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
autoriza a instalação e o funcionamento de Grupos Escoteiros nas modalidades
Básica, Ar e Mar, nas escolas mantidas pelo Município de Porto Alegre. Com Substitutivo nº 01, de autoria dos
Vereadores Dr. Goulart e Aldacir Oliboni.
2ª SESSÃO
PROC.
2153/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 050/02, que revoga o parágrafo único do art. 62
da Lei nº 6.203, de 03 de outubro de 1988, com redação alterada pelo art. 1º da
Lei nº 6.412, de 09 de junho de 1989 e o § 2º do art. 65 da Lei nº 6.310, de 28
de dezembro de 1988, altera o § 2º do art. 64 da Lei nº 6.253, de 11 novembro
de 1988, alterado pelo art. 1º da Lei nº 6.410, de 09 de junho de 1989, e dá
outras providências. (gratificação/tesoureiros do DMAE e outras autarquias)
PROC.
2451/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/02, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
inclui inciso IV no art. 2º da Lei nº 6.806, de 21 de janeiro de 1991, que
dispõe sobre o estacionamento de veículos nas vias e logradouros públicos de
uso comum, onde for permitido e nas áreas urbanas pré-determinadas.
3ª SESSÃO
PROC.
0069/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 024/02, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que concede o Prêmio de
Educação Thereza Noronha à Professora Rosaura Rabello Marques.
PROC.
2299/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 134/02, de autoria da Ver.ª Maria Luiza, que
autoriza o Executivo Municipal a implantar creche comunitária para atendimento
de crianças de zero a seis anos portadoras do vírus HIV.
PROC.
2306/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 135/02, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Doutor Pedro
Pablo Komlós.
PROC.
2326/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 137/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Bruno Hafner um logradouro não-cadastrado, localizado no
Loteamento Moradas da Hípica.
PROC.
2330/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 138/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Domingos José Poli um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Restinga.
PROC.
2355/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 089/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que altera a Resolução
n.º 1.344, de 24 de junho de 1997, que institui o Prêmio Mérito Sindical, a ser
concedido anual e individualmente.
PROC.
2387/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/02, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que altera a Lei n.º 8.780, de 9 de outubro de 2001, que denomina Rua Jorge
Furtado um logradouro não-cadastrado,
localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC.
2398/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 011/02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que
revoga o inciso VII, o § 3º do art. 115 e a alínea “d” do inciso VIII do art.
128 da Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e alterações posteriores, com a redação dada pela Lei
Complementar nº 429, de 14 de maio de
1999. (Código de Edificações de Porto Alegre)
PROC.
2402/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 090/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que altera a Resolução n.º
1.252, de 19 de setembro de 1994, que institui o “Troféu Destaque Mário
Quintana”.
PROC.
2409/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 091/02, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que concede o
título honorífico de Cidadão Emérito de
Porto Alegre ao Frei Achylles Nichele Chiappin.
PROC.
2479/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/02, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que denomina Marina Municipal Comodoro Edmundo Soares a marina localizada na
Ponta do Gasômetro, no Centro.
PROC.
2491/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 053/02, que declara de utilidade pública a
Associação Instrutora da Juventude Feminina – Centro Educacional São Carlos.
PROC.
2519/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 147/02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que
denomina Rua Romildo Bolzan o
logradouro público cadastrado, localizado no Loteamento Colinas de São
Francisco.
PROC.
2548/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 149/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Walter Erwig Filho um logradouro público cadastrado, localizado no
Bairro Sarandi.
PROC.
2550/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 150/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Avenida Homero Guerreiro um logradouro público cadastrado, localizado
no Bairro Sarandi.
PROC.
2562/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 151/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Sadi Nejar um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro
Sarandi.
PROC.
2568/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 152/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Ribeiro Hudson um logradouro público cadastrado, localizado no
Bairro Sarandi.
PROC.
2585/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 153/02, de autoria do Ver. Carlos Pestana, que
institui o Dia da Democracia Participativa.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a vida
é uma sucessão de momentos, a vida é uma sucessão de lembranças. E hoje olho
aqui o Projeto de Lei dos Vereadores Dr. Goulart e Aldacir Oliboni e me
transporto ao passado, à minha infância, às coisas que desejei, às coisas que
não consegui. Queria luvas de couro, queria galochas, queria jaqueta de couro,
queria chapéu, entre tantas outras coisas, mas uma delas que queria, e queria
muito, era ser escoteiro. Mas, para ser escoteiro, tinha que comprar roupa de
escoteiro e eu não podia, então não fui escoteiro. E hoje os dois nobres
Vereadores estão apresentando uma proposição para que as escolas do Município
tenham grupos de escoteiros básicos, escoteiros do ar e escoteiros do mar. Já
ficaria muito satisfeito se o Prefeito sancionasse, depois, grupos de
escoteiros básicos, porque os escoteiros se preocupam com Deus, com a pátria e
com o próximo, isso vale dizer: escoteiro tem solidariedade. E solidariedade é
uma das coisas que mais falta no mundo em que vivemos, neste mundo muito
ingrato em que vivemos, que tem tantas coisas boas que, se houvesse um
pouquinho mais de solidariedade, teríamos paz, teríamos saúde, teríamos
tranqüilidade, educação, habitação, teríamos tudo. Mas falta solidariedade.
Portanto, deve estar faltando, Ver. Aldacir Oliboni, muito mais escoteiros no
mundo. Se o mundo tivesse mais escoteiros, nós teríamos, por certo, um mundo
muito mais solidário, portanto, um mundo mais feliz. Por isso cumprimento os
dois Vereadores, ainda que eu imagine que o Prefeito não vai sancionar. Mas
espero que a Câmara aprove e que o Prefeito sancione.
Há
alguns dias, encontrei o meu amigo Tavares, jornalista do Correio do Povo, e ele me colocou uma idéia que transformei em
projeto de lei, que é sobre os parquímetros. Eu já falei ontem. Hoje está no
segundo dia de Pauta, e eu vou repetir. O parquímetro foi pensado há muito
tempo nesta Cidade. Há mais de trinta anos, eu tive um projeto de instalação de
parquímetros rejeitado, porque, naquela época, o parquímetro seria instalado na
Cidade para fazer com que o trânsito fluísse com muito mais segurança e com
muito mais celeridade, não apenas como uma fonte de receita, como está
acontecendo hoje. O parquímetro seria instalado em áreas centrais e não em
áreas residenciais. Mas hoje Porto Alegre mudou, e o Tavares lembrava-me que
seria necessário e essencial que houvesse uma segunda via do ticket para que o contribuinte que pagou
para estacionar - só que paga mais caro do que pagava antes, quando não havia
parquímetros, paga exatamente o dobro - tenha um comprovante de que ele
estacionou e pagou o estacionamento e possa lembrar da hora e do minuto em que
ele estacionou, para não ser punido com uma multa tola, desnecessária, mas que
existe. Ao mesmo tempo, quem paga estacionamento tem de ter o seu veículo
assegurado, e a forma de buscar ressarcimento, quando o seu veículo for
furtado, é ter um documento mostrando que, naquele dia, naquela hora, naquele
local, estava estacionado o carro, e a empresa que cuidava do estacionamento
permitiu que ele fosse roubado. Espero que o Projeto seja aprovado. Saúde e
paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Este Vereador estaria com a palavra para
discutir a Pauta, mas desiste. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria cumprimentar o Ver. João Carlos Nedel
pelo magnífico Projeto dando o nome de Ribeiro Hudson, que foi uma das grandes
figuras da cidade de Porto Alegre, a uma rua. José Carlos Ribeiro Hudson era a
fotografia do talento, da postura, da dignidade e, principalmente, da inspiração
das coisas do Rio Grande e da nossa Cidade. Eu queria dar ênfase à exposição de
motivos tão bem escrita pelo Ver. João Carlos Nedel, e lembrar que conheci
Ribeiro Hudson pessoalmente, privei da sua amizade, uma das grandes
inteligências do Rio Grande do Sul. As ruas contam a história da Cidade;
Ribeiro Hudson morava no Menino Deus, na Rua Barbedo, era um poeta, talvez dos
mais raros. Há pouco menos de dois anos, ele estava aqui, nesta Casa,
autografando seu livro chamado “Ronda dos Ventos”, onde ele definia um por um
os tipos de ventos, as formas, as localizações, especialmente as orientações
dos ventos, como se falasse de coisas físicas, sólidas e concretas. Pois o
vento para ele não era uma abstração, o vento falava, o vento pensava, o vento
tinha vida. Pois foi essa vida, coroada de tantos êxitos e de tanta
competência, que fez com que passasse para o papel... E eu gostaria de pedir
licença ao Ver. João Carlos Nedel para ler o final da sua exposição de motivos.
A primeira delas é dedicada à cidade de Porto Alegre.
(Lê.)
“Lá vai Porto Alegre andando no tempo, sorrindo para o tempo, inquieto, que
passa, alheio à paisagem, alheio à beleza dos seus paradouros e à poesia da
tarde, que louva o seu rio. Ao ver Porto Alegre de ocultos tesouros, o pampa,
enlevado de amores, sorriu.” Essa é uma maravilha de poesia que retrata a nossa
Cidade com tanta fidelidade, o seu tempo, o sorriso desta cidade-sorriso é também explicado em sopro de minuano.
Eu
tive uma polêmica pública com Flávio Alcaraz Gomes sobre a orientação, ou seja,
de que ponto cardeal vinha o minuano, e eu afirmava que era do sudoeste e
trazia como referência o dicionário do Aurélio, pois Ribeiro Hudson dá-nos a
solução dessa polêmica, e quem ganhou foi o Flávio Alcaraz. “Sopra do oeste
para o leste, e não do sul” - como eu dizia –, “como pensam. Suas fontes se
condensam no oceano Pacífico, de lá, da orla praieira, escalando a cordilheira,
reponta um frio de renome, jamais altera a estampa e cruza gelando o pampa e
perde-se ao sul do cone.” Esse é um pequeno exemplo dessa riqueza de figura que
foi Ribeiro Hudson, que faleceu no dia 18 de setembro de 2001. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Pedro Américo Leal está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Ex.mo Sr. Presidente em
exercício, Srs. Vereadores, eu não uso a Pauta, não porque a desmereça ou tenha
a impressão de que os meus colegas não possam fazer projetos que me detenham a
atenção e que eu tenha de me pronunciar sobre eles, é que penso que a Pauta
deve ser mais silenciosa. O Vereador faz o seu trabalho e o joga no Plenário, e
a votação é que deve ser esclarecedora, quando muito diante de um fato novo,
que mereça esclarecimentos.
Mas
hoje eu tenho três projetos em Pauta e todos eles são comemorativos. Por quê?
E, como não costumo proceder - creio que, fiz a indicação de quatro ruas, em
dez anos, fiz muito, não que não creia e não acredite que o Vereador que queira
homenagear os bairros e pessoas não possa fazê-lo, acho até que eu é que estou
errado e não aqueles que se servem desta oportunidade -, hoje faço a indicação
do nome do ex-Ministro Jorge Furtado, esposo da minha colega, Deputada Dercy
Furtado, hoje em dia funcionária nossa, da Bancada do PPB, para denominar uma
rua. É pouco para ele! Claro que é pouco! Jorge Furtado foi homem muito
modesto, silencioso, mas um homem trabalhador, homem de uma dinâmica de
realizações incomensurável. Faço a indicação de uma rua em sua homenagem e em
homenagem à minha colega Dercy Furtado. Por que não dizê-lo? Sei que a rua não
vai ter a representatividade do que ele foi no passado; ocupou o Ministério do
Trabalho, no lugar de Arnaldo da Costa Prieto, por várias vezes, homem que em
Brasília só conquistou admirações. Então, faço esta reverência a ele.
E
o outro Projeto que tenho – também comemorativo, aviso a todos - é referente ao
Dr. Pedro Pablo Komlós, filho do grande Pablo Komlós, e o poeta Dr. Cláudio
Sebenelo já me acenou que foi muito procedente a minha indicação, pois foi o grande
Pablo Komlós que ocupou dando rumos à Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.
Hoje, o filho dele é um exímio, um grande, cirurgião, que, marcando sua
carreira em Novo Hamburgo e Porto Alegre, tem conquistado a admiração de todos.
E, por fim, o meu chefe de gabinete, que se foi, o Edmundo Soares, que morreu
em serviço, pode-se dizer, como nós dizemos na caserna, morreu em serviço. O
Edmundo Soares, jornalista, pertenceu a Caldas Júnior, foi, da Folha Desportiva, redator-chefe de
reportagem, foi para a Folha da Tarde,
redator-chefe também, chegou a diretor de jornal, grande impulsionador do
esporte amador. Na Copa do Mundo de Futebol, em 66, conseguiu uma façanha, com
uma pequena representatividade, uma pequena delegação, conseguiu transmitir
toda a campanha difícil que fazia a Caldas Júnior em prol do campeonato de
futebol brasileiro, e nos surpreendeu com a sua palavra chegada aqui. A vela,
todavia, foi a sua paixão. O Edmundo, meu chefe de gabinete que faleceu, tinha
paixão pela vela e lá no Jangadeiro dedicou quase que toda sua vida. Tornou-se,
com isso, não só amigo da Marinha, como condecorado com a Medalha Tamandaré. E
nos deixou, morrendo em serviço. Resolvi fazer esta tarde de homenagens – que
sempre ataco. O PT, hoje, está de licença; eu não ataquei o PT, hoje só
homenageei o PT, tanto que ele está distraído, o PT está distraído. O PT, com
essas homenagens que fiz, se distraiu e, pelo que vejo, até apóia as minhas
homenagens.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Só para cumprimentar-lhe pela iniciativa em relação ao Dr. Pedro
Komlós, filho do grande e gigantesco Pablo Komlós, construtor da nossa querida
OSPA. Um húngaro que veio para Porto Alegre e fez essa obra de arte que se
perpetua no coração de cada porto-alegrense que o conheceu, essa orquestra,
que, para nós, é um orgulho da Cidade e do País.
O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Então, é uma tarde de homenagens. O PT
está de folga. Eu, hoje, não o ataquei. Poupei o PT! Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): E, para não descumprir a Pauta, quero
dizer que o Vereador também ultrapassou o seu tempo, mas com muita honra,
porque nos lisonjeou com suas palavras.
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Ver. João Carlos Nedel, presidindo os
trabalhos hoje, Senhoras, Senhores, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras. É importante levantar, aqui, a questão do Projeto de Lei, em
primeira Sessão, de co-autoria do Ver. Dr. Goulart e deste Vereador.
Agradecendo,
primeiramente, aqui, a referência do nobre Ver. João Antonio Dib, o qual também
gostaria de ter sido, na infância, um escoteiro ou, quem sabe, um bandeirante.
É
importante que nós, através deste Projeto de Lei, possamos disponibilizar os espaços
públicos para a prática de escotismo ou dos bandeirantes. É importante falar um
pouco da história dessas duas grandes instituições que fazem, hoje, um grande
trabalho na sociedade gaúcha e brasileira.
(Lê.)
“O escotismo no Brasil começou pelas mãos dos oficiais da Marinha do Brasil que
estavam na Inglaterra, na Comissão Naval; em 1921 era fundada a Federação
Brasileira de Escoteiros do Mar. Num sentido mais amplo, o escotismo, hoje, no
Brasil, é coordenado pela União dos Escoteiros do Brasil, reconhecida de
utilidade pública pelo Governo Federal através do Decreto n.º 5.497/28 e, como
instituição de educação extra-escolar, pelo Decreto Lei n.º 8.828/46.
O
escotismo é um movimento educacional para os jovens, com a colaboração de
adultos voluntários, sem vínculo político-partidário, que valoriza a
participação de pessoas de todas as origens sociais, raças e credos, de acordo
com as suas propostas, seus princípios e métodos.
O
propósito do movimento escoteiro é contribuir para que os jovens assumam o seu
próprio desenvolvimento, especialmente do caráter, ajudando-os a realizar suas
plenas potencialidades físicas, intelectuais, sociais, afetivas e espirituais
como cidadãos responsáveis, principalmente participando e sendo úteis às suas
comunidades, conforme definido no Programa Educativo da União dos Escoteiros do
Brasil.
Os
princípios do escotismo são definidos na promessa escoteira - base moral que se
ajusta aos progressivos graus de maturidade do indivíduos. São três os
princípios: a) dever para com Deus, adesão a princípios espirituais e vivência
em busca da religião que os expresse, respeitando as demais; b) dever para com
a Pátria, lealdade ao nosso País, em harmonia com a promoção da paz,
compreensão local, nacional e internacional exercida pela fraternidade
escoteira; c) dever para com o próximo, respeito e solidariedade ao próximo,
participação ativa no desenvolvimento da comunidade e valorização do equilíbrio
e da natureza.
É
importante lembrar que este Projeto de Lei autoriza a instalação e funcionamento
de grupos de bandeirantes e escoteiros nas comunidades básicas, ar e mar, nas
escolas mantidas pelo Município de Porto Alegre.
Eu
falei um pouco sobre os escoteiros, mas também existe o grupo dos bandeirantes.
O movimento bandeirante iniciou na Inglaterra em 1909 e foi criado por
Baden-Powell. No Brasil, surgiu em 13 de agosto de 1919, com a participação de
onze jovens. O Projeto de Lei que ora apresentamos visa a oportunizar aos
estudantes das escolas públicas e municipais de Porto Alegre as condições
necessárias para a sua admissão como atividade extracurricular e funcionando
como elemento de apoio à comunidade, que os insere na escola. Além de melhor
preparar os nossos jovens para o futuro, mantendo-os ocupados com atividades
construtivas, ao mesmo tempo, afasta-os das contravenções e da convivência com
o crime.
Aos
sábados, especialmente, andando pela cidade de Porto Alegre e em muitas cidades
do Estado, nós nos deparamos com grupos muito bem organizados, muito bem
disciplinados; são eles bandeirantes ou escoteiros que, muitas vezes, não
encontram locais adequados para as suas atividades. Para concluir, Sr.
Presidente, é importante dizer que esses grupos, sejam escoteiros ou
bandeirantes, ainda não dispõem de um local adequado e garantido institucionalmente
para a prática dessa atividade. Esperamos que este Projeto ajude Porto Alegre a
construir esse espaço para os escoteiros e bandeirantes. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Maristela Maffei está com a
palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Adeli Sell está com a palavra
para discutir a Pauta. Ausente.
O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, agradeço ao meu Líder, Ver. Ervino Besson, por ter me cedido o
tempo de Liderança. Trago a esta tribuna, Ver. João Dib, um assunto de que
todos falam, que Porto Alegre fala, que o Estado fala, que o mundo fala. O
assunto é a falta de segurança. Quero dizer, com isso, que a falta de segurança
não é um privilégio nosso, mas, quando vejo os nobre companheiros e as nobres
companheiras falando sobre segurança e não apresentando, pelo menos, sugestões,
as críticas se esvaziam. É preciso vir aqui falar, bater, apontar, mas também
sugerir algumas alternativas. Ver. Pedro Américo Leal, o que estou dizendo não
vai em direção à V. Ex.ª, pois inúmeros Vereadores falam sobre segurança, mas
V. Ex.ª fala com conhecimento de causa; outros falam de curiosos. Então, falo para
os curiosos agora.
Eu
tenho feito a minha parte. Quando venho a esta tribuna para falar de segurança,
faço a minha parte. Por exemplo, as famílias estão em prisão domiciliar e a
bandidagem está solta. Mas para evitar que a bandidagem entre nas casas das
famílias de bem, Ver. Marcelo Danéris, apresentei um projeto, que hoje é uma
lei pioneira no Brasil, sobre as cercas eletrônicas. Este Vereador regulamentou
a instalação de cercas eletrônicas no Município de Porto Alegre, Lei pioneira
no País. Depois, preocupado ainda com a questão da segurança, notei, através de
uma pesquisa, Ver. Cel. Pedro Américo Leal, que a noite, a bebida, os jovens,
essa mistura, esse mix acaba, muitas
vezes, também levando à violência. Por quê? O menino, a menina, o cidadão, a cidadã,
chegam a um restaurante, a um bar, bebem, se estão armados e há discussão lá
fora, às vezes ocorre uma morte estúpida. Este Vereador fez um Projeto para
prevenir, que hoje é Lei, a Lei que obriga que bares, restaurantes, bingos e
boates com capacidade para mais de duzentas pessoas coloquem detectores de
metais nas suas portas, tanto o detector de metal fixo como aquele baratinho,
de mão, porque é uma forma também de evitar essa violência: não pode entrar
armado. O problema é que a Lei está aí, foi regulamentada - não posso reclamar,
meu amigo Vilson -, mas é preciso fiscalizar. Foi dado um prazo para que as
casas noturnas com capacidade para mais de duzentas pessoas pudessem se adequar
à exigência da Lei. Eu estou preocupado porque a violência urbana e noturna
está avançando. Na semana passada, tivemos, em boates e bares, brigas e
assassinatos, e essa Lei precisa ser cobrada. Ela já foi regulamentada -
agradeço ao Sr. Prefeito -, ela está em vigência, mas é preciso cobrar, é
preciso exigir que a Lei seja cumprida. Senão, não adianta: o Vereador vem
aqui, preocupado com a segurança; em vez de falar, o Vereador age, propõe, faz
o projeto, o projeto vira lei, a lei é sancionada, regulamentada; na hora de
fiscalizar, não se fiscaliza. Por isso que eu digo: curioso não pode vir aqui
falar sobre segurança; só pode vir aqui quem critica, mas também sugere
soluções. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no meu
currículo de Vereador posso fazer algumas anotações. Fiz com que este Plenário,
a partir de um pedido meu, advertisse publicamente o Prefeito Olívio Dutra por
ter cobrado a água do DMAE além do que permitia a lei, ou seja, além do IGPM
mensal. E ele voltou atrás. Fiz com que esta Casa advertisse publicamente o Dr.
Tarso Genro, Prefeito, por não responder aos pedidos de informações dos Srs.
Vereadores em tempo hábil. O Prefeito ficou um pouco contrariado, mas maiores
problemas não aconteceram. Mas, em matéria de pedido de informações, acho que
há um desrespeito muito grande de parte do Executivo para com o Legislativo. No
dia 27 de junho de 2001, eu fiz um pedido de informações à Prefeitura muito
simples: eu perguntava se o prédio, ilegalmente construído, na esquina da Rua
Mariland com a Rua 24 de Outubro, tinha número, se tinha projeto autorizativo
de construção. Não responderam. Eu fiz a mesma pergunta, no mesmo pedido de
informações: se o prédio n.º 1.476, que teve a suas dependências ampliadas,
teve a autorização prefeitoral. Também não me responderam. Mas era tão simples:
o prédio ilegal construído na calçada, era só me dizer que... Bom, mas alguma
coisa aconteceu em razão do Pedido de Informações: eles colocaram um número:
1.480. Eu perguntei, em 7 de maio deste ano, se o prédio localizado na Rua 24
de Outubro, na calçada, n.º 1.480, (Lê.) “possui projeto aprovado na Prefeitura
e posterior carta de habite-se. Em caso positivo juntar cópia. O
estabelecimento comercial localizado no mesmo endereço, acima, possui alvará de
funcionamento? Em caso positivo, juntar cópia.” E perguntei por que não me
responderam o outro, tão simples: como construíram, ilegalmente, um prédio na
calçada? Para não ter dúvidas: eu passo por aquela calçada há quarenta anos,
todos os dias.
Eu
fui fazendo alguns pedidos de informações, como: Quantos estagiários havia no
Escritório de Turismo? Eles me responderam. Perguntei também quantas ações
estão tramitando na Fazenda Pública para cobrança judicial do IPTU referente ao
predial e ao territorial. Perguntei quanto representou a cobrança da dívida
ativa em 2001, administrativamente e judicialmente. É porque o dinheiro cobrado
na dívida ativa não entra na rubrica do IPTU, e a Prefeitura, só neste ano,
lançou 165 milhões de reais de IPTU em janeiro e disse que iria arrecadar 92
milhões de reais. Eu gostaria de ter as coisas com muito mais clareza. Eu
também perguntei quantos estagiários, no dia 31 de maio de 2002, havia na Administração
Centralizada e nas autarquias.
Este
livro, que eu chamo de minha “bíblia petista”, porque aqui eu leio o que não
deve ser feito - porque o que eles dizem que é para fazer não deve ser feito -,
me foi fornecido pelo Prefeito João Verle. No dia 31 de dezembro de 1985,
quando deixei a Prefeitura - segundo o Prefeito João Verle - havia na
Prefeitura onze mil trezentos e quatro servidores. Diz aqui: “O número de
servidores inclui ativos e inativos da Administração Centralizada e Câmara de
Vereadores.”
Eu
não tinha em toda a Prefeitura, exagerando, duzentos estagiários. Só na
Administração Centralizada, que, sete anos depois, tinha aumentado em 50% o
número de seus servidores, havia, no dia 31 de maio, mil quinhentos e trinta e oito estagiários; na Prefeitura, o
total era de mil novecentos e setenta e dois estagiários. Onde está o dinheiro
do povo, além daquele que está no sistema bancário e que não pode, Ver. Paulo
Brum, comprar remédio barato como é o anti-hipertensivo e o antipsicótico,
porque diz a Prefeitura não ter dinheiro? Onde está o dinheiro da Prefeitura?
Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, nessa semana, no jornal Correio do Povo do dia 11 de agosto, a
manchete diz o seguinte: “Prefeitura rejeita Projeto da Linha 2.” Essa manchete
fala que o grupo que avaliou proposta da Trensurb entende que é preciso
alterá-la: “Falta de acordo adia ainda mais a construção.” E outra matéria
relata que a EPTC quer planejar outras rotas do metrô.
Nesta
Casa, está funcionando a Comissão Especial para análise da implantação da Linha
2 na Região Metropolitana, especificamente em Porto Alegre.
Nós
temos feito, ao longo de todas essas semanas, uma discussão altamente técnica,
da qual tem participado a Trensurb, a EPTC, a Secretaria Municipal de
Planejamento, a Secretaria Estadual de Planejamento, a Secretaria de
Transportes, a Secretaria de Captação de Recursos, empresas da iniciativa
privada com experiência em metrô, a Metroplan, representando o Governo do
Estado. Em todas as ocasiões - a EPTC já, por duas reuniões, apresentou o
projeto -, sempre aqui foi dito que a EPTC e Prefeitura - e ainda nesta última
quarta-feira estava aqui o Secretário Municipal do Planejamento, Dr. Carlos
Eduardo Vieira, Comissão da qual o Ver. Adeli Sell é o Relator e o Ver. João
Antonio Dib é assíduo freqüentador e participante ativo -, todos disseram
sempre que são favoráveis à implantação do metrô na cidade de Porto Alegre.
Quando
aqui a Trensurb apresentou o seu projeto e a EPTC trouxe a análise de um grupo
de São Paulo, que fez a avaliação do projeto da EPTC, também a EPTC, no momento
da sua participação, dizia que era favorável à construção do metrô, que
concorda com o traçado existente do projeto inicial feito e desenvolvido pela
Trensurb, mas que tem alguns reparos. Primeiro, o aspecto da localização de
duas estações, pequenas alterações, e uma discussão sobre a demanda prevista na
Linha 2, que falam em quatrocentas e cinqüenta mil pessoas/dia e o estudo da
EPTC fala de trezentas a trezentas e cinqüenta mil. Essas são as duas
divergências. Mas sempre afirmaram e reafirmaram que são favoráveis à
construção, que entendem que já deveria ter sido iniciada.
Quando
eu li essa matéria no jornal Correio do
Povo, fiquei preocupado, entrei em contato com a jornalista do jornal e ela
confirmou: “Não, a matéria é essa, não foi nem uma repercussão, foi uma
entrevista com o Sr. Humberto Kasper", que é o Diretor de Planejamento da
EPTC, que é o mesmo que tem participado e tem representado a EPTC nas reuniões
dessa Comissão Especial.
Aí,
eu fico a perguntar, quer dizer, se diz uma coisa aqui na Comissão e se diz
outra na imprensa? Porque sempre, quando participaram, disseram que eram
absolutamente favoráveis, concordavam com o traçado, mas discordavam
pontualmente de algumas coisas. Na matéria não, na matéria, quando começam a se
reportar à questão do metrô, fazem uma avaliação de que tem que ser alterada a
estrutura de transporte na cidade de Porto Alegre, que o sistema metroviário é
um sistema importante, mas não tem que se ter pressa, tem que se ter calma.
Porto Alegre ainda tem um tempo muito grande para poder fazer essa execução.
A
Casa tem feito, Sr. Presidente, um trabalho absolutamente sério, com algumas
dificuldades, para fazer uma avaliação. Nós não temos aqui participação
política nesse aspecto, nós quisemos e estamos criando a possibilidade do
espaço para que todos os interessados possam, aqui, se manifestar sobre uma
matéria extremamente importante para o futuro da cidade de Porto Alegre. Nós
temos a convicção de que o nosso sistema de transporte coletivo está próximo de
alguma dificuldade muito grande se não houver uma alteração no seu modal. E a
alternativa do metrô evidentemente que é importante, é uma alternativa adotada
nas grandes capitais, nas grandes cidades do mundo, nas grandes capitais
brasileiras. Hoje nós temos nove capitais já com o sistema de metrô implantado
ou em implantação. Quer dizer que Porto Alegre não está fora desse aspecto, só
que nós entendemos e estamos cada vez mais querendo fortalecer, querendo
valorizar essa Comissão e discordamos quando há uma participação não muito
ativa, às vezes, da EPTC, na Comissão. Mas quando ela vem aqui, manifesta-se
favoravelmente e aqui foi aberto o espaço para que pudéssemos fazer o
contraditório - na avaliação, na análise técnica, não foi feito de uma maneira
profunda - vai para o jornal onde sai a imagem, a idéia pública, dizer que
Prefeitura rejeita Projeto da Linha 2. Quer dizer, se coloca, novamente, Porto
Alegre atrás das outras capitais que tiveram a iniciativa posterior ao início
do estudo da Linha 2, que foi em 95, e já estão aí implantando, porque Porto
Alegre quando fica a não saber se é bom ou se é ruim ou os seus técnicos já não
conhecendo a matéria, dizendo coisas que não são verdadeiras, certamente não
vai haver a unidade política nas três esferas, Municipal, Estadual e Federal, e
a população de Porto Alegre cada vez mais perde em não contar com esses bons
serviços. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente Paulo Brum, Vereadores,
amigas Vereadoras, o que me surpreende todos os dias na política é saber que
todos sabem que certas coisas não vão dar em nada. Mas é preciso continuar
assim mesmo.
Tenho
dito desde quando entrei na política, que leis são feitas para serem cumpridas,
mas que as leis também são feitas para um dia serem modificadas.
Quando
um trabalho de uma determinada organização, de uma determinada empresa não dá
resultado de um jeito, muda-se até encontrar a fórmula que a coisa funcione.
Não é assim?
Então,
eu não entendo por que as coisas erradas dos parlamentos políticos têm que
continuar sendo erradas e não modificadas, se a própria natureza sofre
transformações, e ela foi feita à semelhança de Deus, como é que as leis feitas
pelos homens não podem ser modificadas, sempre que for preciso, que as
circunstâncias exijam?
Muito
antes de entrar na política eu questionava, nos microfones da minha vida
profissional, fatos que hoje eu vejo no Parlamento Municipal e acompanho no
Estadual, Federal e no Senado, que precisam ser modificados. Regulamentos
internos, leis que apenas sendo obedecidas já seriam o suficiente, e outras que
precisam ser alteradas.
Não
entendo por que se discute tanto o óbvio, tendo-se tanta coisa para resolver de
interesse direto da sociedade. Usa-se este Plenário para um dizer ao outro como
é que deve ser, mas não se altera, de forma direta, as próprias coisas.
Orçamento Participativo, por exemplo, o que é Orçamento Participativo, dentro
do contexto da política? É apenas um instrumento partidário, que deveria ser
aberto de forma democrática a toda a sociedade, e não apenas a quem interessa a
aprovação ou não dessa ou daquela obra.
O
Orçamento Participativo, isso sim, não é democracia. Democracia é democracia. E
vem aí o Ver. Carlos Pestana, do PT, pedindo um dia para se comemorar a
democracia participativa. Mas não chega o Orçamento Participativo, que só
contempla pessoas ligadas aos movimentos e interesses petistas? Já não basta um
órgão que discrimina os cidadãos do Rio Grande, no caso o tal de Orçamento
Participativo, e vem agora um Vereador do PT, querendo dia para homenagear a
democracia participativa, por favor!
A
situação dos meninos e meninas de rua é um assunto que jamais vou deixar de lado,
porque entendo que nós somos responsáveis. Primeiro, porque temos um Governo
Federal que não se importa com isso. O menino de rua é um produto da sociedade
em que vivemos, em que a política nunca é direcionada de forma objetiva para os
pontos que devem ser atacados.
No
ano passado, quando pedi aqui verba da publicidade para entregar ao Dr. Daltoé,
da Infância e da Adolescência, para que desenvolvêssemos de fato uma política
de atendimento à criançada da rua com a criação de casas-lares, foi negado. Fui
bombardeado pelo PT, que entende que a publicidade feita pelo Governo, pelas
casas legislativas, na maioria das vezes para a divulgação de obras irreais,
com mentiras é mais importante que desviar esse montão de dinheiro para a
construção de casas-lares, contratando pessoas especializadas para dar
assistência aos menores que perambulam pelas ruas da Cidade. E o que aconteceu?
Simplesmente nada.
Porque
não adianta aprovação de projetos, se o Executivo não estiver disposto a
sancioná-los e executá-los, e, parece-me que na política só se faz aquilo que é
de gosto de quem está no governo. Discute-se muito e se faz muito pouco.
(Lê.)
“...Esse é um problema sério, e com seriedade deveria ser tratado por todos.
Enquanto nos preocupamos em primeiro lugar com as coisas partidárias, a
política será isso aí - desacreditada pela sociedade, que não está nem aí para
a nossa classe! E nas eleições de 6 de outubro isso será provado com votos
brancos e votos nulos! E para melhorar uma imagem, é preciso trabalho. Mais
trabalho, e menos papo furado é o que espera a sociedade de todos nós que
estamos envolvidos com a política.” Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza e
demais Vereadores, senhores visitantes, o Governo Federal não só se preocupa
com os meninos de rua, se V. Ex.ª olhar no espelho da Sessão irá ver que nós
temos uma verba de 85 mil reais para o Programa Jovem 2002, e se V. Ex.ªs
pegarem o espelho de ontem, verão quanto entrou em dinheiro de verba social
para a Prefeitura de Porto Alegre. E, no entanto, dizem que o Governo Federal
não liga para a questão social e que os meninos de rua estão aí.
Eu
acho isso uma injustiça, assim como temos que cobrar, como Vereadores de
oposição, a inexistência ainda, até hoje, de um metrô em Porto Alegre, o
engavetamento do nosso Porto dos Casais. Tantas iniciativas que seriam
fantásticas para a cidade de Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul, como
mandar embora a Ford assim como se atira pela janela uma grande quantidade de
empregos no Rio Grande do Sul, e depois o Vice-Governador disse que foi um erro
de cálculo. Apenas um erro de cálculo. Pois essa Administração atabalhoada,
essa Administração medíocre e incompetente foi, ontem, mais uma vez, denunciada
aqui na Tribuna Popular pelo Sr. Luís Carlos Gois de Moraes, Presidente da
Associação dos Moradores da Vila Planalto.
Nessa
verdadeira sucata que se torna a saúde do Rio Grande do Sul e, em discurso
anterior, eu denunciava os problemas das emergências de Porto Alegre, trabalho
feito, inclusive, pelo Ver. Pedro Américo Leal, que foi a Brasília entregar
todas as mazelas da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e a sua política
municipal de saúde. Pois essa política de perseguição de pessoas ficou
registrada por escrito nesta Casa, dando nome aos perseguidos e aos
perseguidores. Enquanto isso, a Bancada do Partido dos Trabalhadores apenas faz
um sorriso, como se isso fosse um problema de pequena monta, porque não devem
ter nenhum parente seu, nenhuma pessoa da sua proximidade depositada nas
emergências dos grandes hospitais da cidade de Porto Alegre, que ainda são o
sustentáculo do sistema de saúde.
Quero
denunciar exatamente isso: a perseguição a funcionários. Há um grande número de
funcionários nos postos de saúde e postões que pedem transferência devido às
perseguições. Não são maus funcionários, mas verdadeiras autoridades nas
especialidades médicas, médicos que pedem para ser transferidos para outro
local, onde não haja a perseguição pessoal. Pois como muito bem disse o Sr.
Luís Carlos, Presidente da Associação da Vila Planalto, foi entregue a um grupo
de terceiro escalão o destino da saúde de Porto Alegre e, conseqüentemente,
vemos todos os dias queixas, reclamações de funcionários, medo de perseguição
e, o que é pior, o péssimo atendimento dado à população. Queria que a população
experimentasse, um dia, pedir uma consulta na área da psiquiatria, na área da
oftalmologia, na área da ortopedia, na área da cirurgia vascular periférica.
Vejam os senhores que mandam embora os pacientes, dizendo para voltarem em um
ano e meio, dois anos, como fazem diariamente os nossos postos de saúde.
Nunca
esqueço de um folder fantástico que o
Dr. Henrique Fontana nos trouxe, dizendo que o atendimento era instantâneo e
que, dali em diante, estariam resolvidos todos os problemas da área da saúde.
Veio a esta Casa dizer essa grosseira mentira! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. Paulo Brum, que
dirige os trabalhos, demais Vereadores e Vereadoras, todos que nos assistem
aqui, em suas casas pela TV-Câmara, trazem-me à tribuna, em nome do PC do B,
dois assuntos: primeiro, quero convidar todos os nobres colegas e os que nos
assistem para a Audiência Pública que realizar-se-á amanhã, na Casa do
Economista do Rio Grande do Sul, sobre a questão da ALCA. Será uma Audiência
Pública a realizar-se com a Comissão de Relações Exteriores da Defesa Nacional
da Câmara dos Deputados, promovida pelo Movimento de Debates e Ações sobre as
Dívidas Externa e Interna; pelo CEDESP, o Comitê Estadual da Campanha contra a
ALCA e a Associação dos Juizes Federais. Teremos a presença do Dep. Aldo
Rebelo, do Partido Comunista do Brasil, que é o Presidente da Comissão de
Relações Exteriores da Câmara dos Deputados; o economista Sérgio Gonzalez,
Presidente da SOCECON; o Bel. Rafael Cunha, Presidente do SINDECON; o Dr.
Valmir Batista, Presidente da OAB; o Juiz Roberto Siegmann, Presidente da
AMATRA e o Prof. Baptista da Costa, da Universidade Cândido Mendes. Os
trabalhos serão abertos às 8h30min e desenvolver-se-ão durante todo o dia. Teremos
ainda o Dr. João Luiz Duboc Pinaud, ex-presidente do IAB do Brasil. E ainda, à
tarde, o Prof. Jorge Mattoso; o Prof. Nildo Domingos Ouriques e o Dep. Henrique
Fontana. Será um importante debate para tratar da questão da ALCA, que se
realiza no dia de amanhã. Estamos divulgando e convidando todos os colegas.
O
segundo ponto que me traz aqui é trazer, penso que em primeira mão, a esta Casa
e ao povo de Porto Alegre, principalmente aos comerciários, a informação de que
acaba de ser publicada no Diário Oficial a decisão do Superior Tribunal Federal
sobre uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, a ADIN n.º 2.560-1, onde o
Superior Tribunal Federal mantém a Lei do Distrito Federal que proíbe a
abertura do comércio aos domingos e feriados. Nessa decisão o Superior Tribunal
Federal afirma que, sim, o Município pode definir e decidir sobre a abertura ou
não do comércio aos domingos. Portanto, não só temos já decisão do Pleno do
Tribunal Estadual dizendo isso, como agora temos uma decisão do Superior
Tribunal Federal. Como dizíamos, no outro dia, a decisão liminar de uma lei que
tem mais do que dez anos autorizando a abertura aos domingos e dizendo que a
Lei Municipal é inconstitucional, envergonha a Justiça gaúcha e será derrubada
se não pelo próprio juiz que concedeu essa liminar, como será derrubada se não
no Pleno e no Tribunal Superior.
Queríamos
dizer algo mais ainda, o relatório, a decisão de 1993 do Pleno do Tribunal
Estadual é do mesmo juiz, o mesmo juiz, o Dr. Clarindo Favretto, que agora deu
uma liminar contrária ao seu relatório de 1993. O interessante é que nessa
inspirada decisão de 1993, o Dr. Clarindo desmonta o argumento de que cabe ao
Município decidir o horário, mas não cabe ao Município decidir o dia. Algo que
agora o Dr. Clarindo defende, mas ele escreveu aqui: “De outro lado, sem
relevância, o apego dos autores à restrição lingüística da palavra 'horário'
para significar o limite das 24 horas, dentro do dia, e não os 7 dias da
semana.” É estranho que numa decisão de 1993, o Dr. Clarindo tenha considerado
constitucional a Lei n.º 1.109, e desmontou a argumentação de que o Município
poderia definir o horário, mas não o dia e, quase dez anos depois, dá uma
liminar dizendo o contrário. Mas certamente a Justiça Estadual e Federal irão
derrubar essa liminar inconstitucional, ilegal, inorgânica, injusta e
anti-social. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Marcelo Danéris está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Ver. Paulo Brum, na presidência dos
trabalhos hoje à tarde, Sr. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, público
que nos acompanha aqui e pela TV-Câmara. Em primeiro lugar, quero responder ao
que eu considero uma grosseria do Ver. Cláudio Sebenelo em relação ao Deputado
Federal Henrique Fontana, que não está aqui para se defender, e temos somente a
versão do Ver. Cláudio Sebenelo sobre as razões da saúde. Quero lembrar, ao
Ver. Cláudio Sebenelo, que é o Partido dele, o PSDB, que está no Governo
Federal. É o Partido dele, que está no Governo Federal, que levou a saúde a
esta crise; é o seu Partido, Ver. Cláudio Sebenelo, que colocou a tabela do SUS
na maior defasagem histórica. O Ver. Cláudio Sebenelo esquece que o seu
Partido, que não fez nada nos oito anos que está no Governo, agora resolveu dar
um reajuste para a tabela do SUS. Depois de estar há oito anos no Governo e de
não ter feito a reforma tributária, agora quer fazer a reforma tributária na
crise. Veio aqui e cobrou sobre o metrô, que também tem a maior parte de
responsabilidade do Governo Federal, e isso o Ver. Cláudio Sebenelo esqueceu
também, e nós que temos posição favorável ao metrô e o queremos fazer da forma
mais racional e econômica para a Cidade, e não gastar bilhões e bilhões de
reais ou milhões e milhões de reais como fez Brasília, para nem sequer ter o
metrô ainda.
O
Ver. Cláudio Sebenelo esqueceu de tudo isso, e esqueceu inclusive que o seu
Governo, que está na direção do Hospital Conceição, está perseguindo os
médicos, já perseguia enfermeiros, já perseguia os funcionários do Hospital
Conceição, e agora está demitindo médicos. É o seu Governo, Ver. Sebenelo, que
está levando a essa crise, é o seu Governo que esqueceu da saúde, era o seu
Governo que não completava os 10% na saúde, era o seu Governo no Estado que nem
chegava a 7% do orçamento na saúde, e o nosso Governo é o que coloca 10%, às
vezes chega a 11% na saúde, no Estado, e é o nosso Governo que em Porto Alegre
coloca quase 15% na saúde no Município. Tem muita diferença de governos e tem
muita diferença do vir aqui falar e esquecer que faz parte de um Partido, e
esquecer que faz parte de Governo. Nós vimos aqui e falamos do nosso Governo,
apresentamos os dados, queremos debater é na prática, agora não adianta vir
aqui e esconder que faz parte de um Governo e ainda acabar com uma grosseria,
atacando um Deputado Federal, como é o nosso companheiro Henrique Fontana, sem
ele poder sequer estar aqui para se defender, e tendo em conta só a sua versão
do mandato anterior ainda. Pareceu-me, além de tudo, injusto. É importante nós
fazermos um balanço, Ver. Sebenelo, do seu projeto econômico. A população tem
que acompanhar o que está acontecendo hoje e fazer o comparativo para o início
do Governo Fernando Henrique, que dizia: “Vamos privatizar e desonerar o Estado
de estatais pesadas, que só dão prejuízo, e investir mais em saúde - Ver. Luiz
Braz -, investir mais em educação, investir mais em habitação.” Foi quase tudo
privatizado, pergunto: melhorou a saúde no País, melhorou a educação no País,
melhorou a habitação no País? Eu digo que não. Mas eles diziam mais, eles
diziam: “Vamos enxugar o Estado, fazer o Estado mínimo, demitir funcionários,
arrochar salários e vamos conseguir com isso ter um Estado equilibrado
financeiramente para de novo investirmos nas áreas sociais.” Melhorou? Não
melhorou. Diziam: “Vamos equilibrar a economia, comparar o dólar junto com o
real e vão melhorar as importações e nós estaremos melhor, não precisaremos
mais recorrer ao FMI.” Precisamos ou não precisamos recorrer ao FMI, hoje, pela
terceira vez, para pedir 30 bilhões? Já temos 40 bilhões, fora a primeira vez.
Não melhorou. Agora querem fazer todos os pactos necessários depois de terem
governado oito anos, dez anos de neoliberalismo, na verdade doze, se contar
desde o Governo Collor; quebraram o País, querem fazer um novo pacto. Ah! Mas é
muito engraçado, Ver. João Bosco, que, no meio da campanha eleitoral, eles
descubram que dá para baixar o gás, que dá para dar dinheiro para a saúde, que
dá para fazer reforma tributária.
Ora,
a população não é boba e agora é muito tarde, agora é a hora da mudança. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Havendo quórum, passamos à
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, não vou protestar,
apenas quero fazer um registro, porque senão pode parecer que este Vereador
estava incorrendo em algum erro regimental. Enquanto o Presidente não declara
que entrou na Ordem do Dia, nós não estamos ainda na Ordem do Dia. Portanto,
enquanto não estivermos na Ordem do Dia, qualquer Vereador, neste Plenário, se
ainda não usou, poderá usar o tempo para uma Comunicação de Líder pelo seu
Partido.
Não
estava incorreto, este Vereador, quando pediu a V. Ex.ª o tempo para uma
Comunicação de Líder. Não vou protestar, mas acontece que estava no meu direito
e V. Ex.ª, é claro que, não por má-fé, negou o direito que este Vereador tinha.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Eu até posso reconsiderar, Vereador,
dentro da sua contestação.
Quando
eu chamei, ainda avisei: “O próximo período é destinado à Ordem do Dia.” Todos
os Srs. Vereadores sabem que, ao entrar na Ordem do Dia, não é permitido tempo
para Comunicação de Líder. Eu fiz esse alerta e, em seguida, solicitei que
fossem liberados os terminais. Só após a liberação dos terminais, inclusive já
com os Srs. Vereadores digitando as suas presenças, é que V. Ex.ª solicitou o
tempo para uma Comunicação de Líder.
Na
verdade, fica constrangedora a decisão da Mesa, mas se V. Ex.ª concordar, fica
bem assim?
E
até para que não ocorram mais situações como essa, sempre alertamos e
solicitamos aos Srs. Vereadores que façam as inscrições para o tempo de
Comunicação de Líder. Esclarecido?
Passo
a Presidência dos trabalhos ao Ver. José Fortunati.
VOTAÇÃO
(continuação)
(encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
2018/02 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 044/02, que dispõe sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 2003 e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 a 18, 20 a 126, 130, 131, 133, 134, 137, 139, 140,
143 a 157, 159 a 161 ao Projeto. Com Subemenda nº 01 às Emendas nºs 09, 43, 110
e 145.
Parecer:
- da CEFOR.
Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto e seus anexos
I, II e III, e das Emendas nºs 02, 03, 05, 06, 07, 09 com Subemenda nº 01 de
Relator, 10 a 14, 24, 28 a 32, 36, 38, 40, 42, 46, 50 a 59, 61 a 69, 71, 74,
75, 94, 95, 98, 99, 101, 102, 103, 108 a 112, 114, 115, 125, 134, 137, 139,
140, 143, 144, 145 com Subemenda nº 01 de Relator, 146 a 149, e 151; pela
Rejeição das Emendas nºs 01, 04, 08, 15 a 18, 20 a 23, 25 a 27, 33 a 35, 37,
39, 41, 43 a 45, 47 a 49, 60, 70, 72, 73, 76 a 93, 96, 97, 100, 104 a 107, 113,
116 a 124, 126 a 133, 135, 136, 138 e 150.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia
em 08-08-02;
- quórum para aprovação:
maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores - art. 53,
"caput", c/c art. 82, "caput", da LOM;
- foram retiradas as
Emendas nºs 19, 127, 128, 129, 132, 135, 136, 138, 141, 142 e 158.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Passamos às votações das Emendas
destacadas.
Em
votação a Emenda n.º 81 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
destacada pelo Ver. Sebastião Melo e outros. (Pausa.)
Lembramos
que a Emenda n.º 81 teve a sua votação declarada nula, no dia de ontem, por
falta de quórum.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, antes de V. Ex.ª colocar
em votação esta Emenda, apenas gostaria de saber uma informação da Mesa.
Nós,
da Comissão de Constituição e Justiça, acabamos de votar o Parecer com relação
à possibilidade da formação da Comissão Especial com treze, onze, ou dezessete
Vereadores.
Foi
votada na Comissão de Constituição e Justiça e sei que agora precisa ser votada
em Plenário.
Eu
perguntaria a V. Ex.ª em que prazo pretende colocar esta matéria em votação.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Assim que concluirmos a votação da LDO,
com toda a certeza.
O SR. LUIZ BRAZ: Não, até não seria o caso da votação
aqui na Ordem do Dia? Porque V. Ex.ª, acredito, teria que suspender os
trabalhos para poder vir essa matéria.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Luiz Braz, como hoje é o ultimo dia
da apreciação da LDO, esta Presidência vai se empenhar ao máximo para votar a
LDO. Em seguida, tomaremos as providências para a votação desse Parecer.
Em
votação a Emenda n.º 81, destacada, ao PLE n.º 044/02. (Pausa.) O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. José Fortunati,
colegas Vereadores e colegas Vereadoras, retomamos aqui a votação da Lei de
Diretrizes Orçamentárias, Lei esta que serve de embasamento para, logo à
frente, nós também modificarmos, ou votarmos como vem da Prefeitura, a Lei do
Orçamento. Esta Emenda, que nós estamos aqui a discutir, diz respeito a
“colocar um freio”, por parte do Legislativo, para que a Prefeitura não gaste
com os eventos, sem passar pelo Legislativo, quando não estiverem previstos no
Orçamento. E eu quero aqui, de pronto, repor, de forma muito fraterna, duas
alegações feitas, uma, pelo Ver. Estilac Xavier, e, outra, pelo Ver. João
Antonio Dib. O Ver. Estilac Xavier e o Ver. João Antônio Dib, ao usarem esta
tribuna, disseram que, se aprovada esta Emenda, inviabilizaria, por exemplo, a
feitura de cadernos do Orçamento Participativo ou a edição de qualquer
legislação. Eu creio que os dois estão cometendo um profundo equívoco, porque
material de consumo não é evento, livro é material de consumo, legislação é
material de consumo, portanto, não é evento. O que nós estamos aqui colocando
em votação é se esta Casa, com muita clareza, tranqüilidade e singeleza, como
meus pares gostam, Ver. Luiz Braz, quer que o Fórum Social Mundial seja
realizado com patrocínio público, sem passar pela Câmara de Vereadores; então,
que vote com o Governo, que vote com a bancada governista. Nós temos o
entendimento de que o gasto não basta ser justo, se é que o gasto com o Fórum
Social é um gasto justo. Esse mérito nós poderíamos discutir, se essa matéria
passasse pela Câmara, mas, além de ser justo, o gasto tem que ser legal. Não
pode o administrador, Sr. Presidente, fazer milagre com chapéu alheio. A população
de Porto Alegre tem demandas reprimidas que vêm de dez, de cinco, de seis anos,
que vêm de alguns anos na área da habitação popular; na saúde pública: centenas
de pessoas morrem nas filas porque não têm remédio, porque não têm médico,
porque não têm agente de saúde. Mas, mais do que isso, são mais de trezentas
vilas, e em muitas dessas vilas o esgoto corre a céu aberto. O Fórum Social vem
aqui, e a Prefeitura mostra um lado da Cidade. A Cidade tem o Moinhos de Vento,
a Cidade tem a Redenção, mas a Cidade também tem o Campo da Tuca, tem a
Restinga Velha e as ilhas que ficam inundadas alguns meses durante o ano. Eu
gostaria que a Prefeitura discutisse com o Orçamento Participativo se um milhão
e duzentos mil reais são justos para o Fórum Social, mas gostaria que, além do
Orçamento Participativo, o Governo viesse a esta Casa, através da sua
liderança, através dos seus Vereadores, aqui sustentar: “Nós achamos que esse
gasto é justo, porque essa economia de Porto Alegre... Porque vamos mostrar à
Cidade, para o mundo, e vale a pena investir 01 milhão e 200 mil reais.” Se
isso é muito bom para Porto Alegre, eu acho que é bom que a Câmara de
Vereadores possa aprovar ou não.
A
nossa Emenda é de uma singeleza, mas é de uma profundidade! Ela não vai
engessar, porque o Governo já tem dinheiro para consumo, já tem dinheiro para a
Festa do Pêssego, da Ameixa, e tem dinheiro para tudo o que ele quiser, porque
ele tem gasto 12 milhões de reais por ano em publicidade. Estou falando da
suplementação que vai acima disso, mas a Casa tem uma lógica, ela quer
autorizar. O limite da suplementação é o céu. Portanto, nós temos uma outra
lógica, uma outra posição, uma outra visão e achamos que um Poder que abre mão
do seu poder é um Poder que, efetivamente, vai-se perdendo ao longo da
caminhada. Achamos que a defesa da fiscalização é inerente ao exercício
fiscalizatório do parlamento e, por isso, sustentamos esta Emenda, no sentido
de que ela seja votada favoravelmente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, esta não é bem uma
Questão de Ordem, mas quero entregar a V. Ex.ª o Processo pelo qual se
examinou, no seio da Comissão de Constituição e Justiça, um recurso à questão
ligada ao Projeto de Lei da Previdência. A Comissão de Justiça, reunida,
aprovou o Parecer do Ver. Luiz Braz por quatro votos a dois, entendendo que a
Comissão deve ser constituída por treze membros. Passo isso, portanto, a V.
Ex.ª.
O
SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Agradeço,
Ver. Elói Guimarães, e, assim que for oportuno, faremos a avaliação do referido
Processo.
Em
votação nominal a Emenda n.º 81, destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelos
Vereadores Sebastião Melo e Marcelo Danéris. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM e 15 votos NÃO.
Emenda
n.º 82 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, destacada pelo
Ver. Sebastião Melo e outros. (O Sr. 2.º Secretário, Ver. Paulo Brum, procede à
leitura da Emenda.)
O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem):
Nós entendemos que a
Emenda n.º 82 ficou prejudicada pela Emenda n.º 45. Apesar de a nossa Bancada
ter votado contrariamente à Emenda n.º 45, ela foi aprovada. Então, ela fica
prejudicada diretamente.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, nós não concordamos com a
alegação do Líder do Governo, porque a nossa Emenda quer a inteireza; integrará
a Lei Orçamentária, nos quadros demonstrativos, os investimentos em obras,
discriminados por projeto e por obras, bem como a indicação da origem dos
recursos. Isso para facilitar inclusive emendas de Vereadores, que, às vezes,
não sabem se é um dinheiro vinculado ou não. E ela evidentemente não colide,
porque aqui diz: “Os controles de avaliações de que trata o artigo anterior se
fizeram com a apresentação dos quadros, a partir dos itens 1 e 4 dos artigos 20
e 22 da Lei Complementar n.º 414.” Está dizendo especificamente que a linha é
no geral e não no aspecto pontual de um artigo; portanto uma não fere a outra.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Este Presidente tem o mesmo entendimento,
ou seja, de que a Emenda n.º 82 não está prejudicada pela Emenda n.º 45.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a Emenda n.º 82 ao PLE
n.º 044/02.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero
começar chamando para este debate o Ver. João Carlos Nedel, que tem sido
parceiro na nossa Comissão e aqui neste Plenário sobre esta matéria que estamos
a discutir e votar. Os orçamentos precisam, na nossa avaliação, ser
explicitados, de forma clara, para que o legislador, ao receber a legislação,
possa contribuir, no exercício do seu mandato, aperfeiçoando esta peça
orçamentária. Hoje, como veio o Orçamento, ele não especifica absolutamente
nada e isso traz dificuldades para o exercício da vereança. Mas vou mais
adiante: esta Casa, há dois ou três anos, aprovou uma lei, se não me engano,
por unanimidade, a Lei n.º 414, que dá regramento sobre como deve-se mandar a
peça orçamentária. Essa Emenda está cunhada nesta Lei n.º 414, está cunhada na
Constituição Federal, está cunhada na Lei de Responsabilidade Fiscal e na Lei
n.º 4.320, que são legislações que dão suporte a esta matéria. Não vejo por que
o Governo; aliás, eu vejo, eu estou equivocado, eu vejo por que sim, porque o
que justifica a caminhada não são os discursos, o Governo tem um discurso de
transparência aqui nesta tribuna, como no espaço do “Cidade Viva”, pago com o
dinheiro do povo, nos palanques, nos conjuntos contratados, para prestar contas
do Orçamento Participativo, mas sonega informações a esta Casa, que é a Casa
plural, que é a Casa que tem a vontade do conjunto da sociedade de Porto
Alegre. E sonega tanto que esta Casa aprovou uma lei, de nossa autoria, para
que fosse disponibilizada uma senha, para que os Vereadores possam entrar no
sistema, no dia 10 de janeiro e saber quanto é que foi a arrecadação com o
IPTU, para saber se os banqueiros estão pagando os impostos que há dez anos não
pagam nesta Cidade, mas o “Joãozinho” lá
da vila, se não pagar, ele vai ali para a Vara, sabem onde é que ele vai parar?
Na antiga Rua Celeste Gobatto, sem número, que, agora, tem um outro nome, do
nosso querido Oficial de Justiça que veio a falecer. Se ele não pagar o IPTU,
ele vai para lá, mas o banqueiro há dez anos não paga o ISSQN nesta Cidade e
está mofando lá na prateleira da Fazenda. E o Governo silencia, porque esse é o
Governo dos trabalhadores, mas que governa com os ricos.
Então,
estamos apresentando uma Emenda; aliás, as nossas Emendas não são diferentes, e
eu vou sustentá-las uma por uma, todas elas, porque nós vencermos a Emenda ou
não, isso é do jogo democrático. Agora, o que tem de ficar plasmado para a
sociedade, para os meus colegas de oposição, que, amanhã ou depois, virão aqui
cobrar... E aí vão cobrar e vão ficar com dificuldades de obter resposta,
porque vão votar agora com o Governo, muitos deles. Mas não tem problema
nenhum.
Agora,
estamos aqui querendo fazer cumprir uma Lei que esta Casa votou, que é a Lei
n.º 414. Então, a Casa deveria tomar uma providência, deveria buscar a anulação
desta Lei, porque não adianta votar lei. Colocam-se parquímetros na Cidade sem
lei; faz-se o Orçamento sem lei. É a cidade da cidadania no discurso, mas na
prática, descumprem as leis municipais, vergonhosamente. Poder é poder em
qualquer lugar do mundo, seja do PFL em Curitiba, seja do PT em Porto Alegre,
todos agem exatamente... Aliás, tem muita semelhança a Prefeitura de Curitiba
com esta daqui nas atitudes de Governo; são exatamente iguais. Não me venham
dizer que aqui é diferente, que aqui há democracia. Não, aqui tem também
avanços, conquistas da sociedade, mas também tem enormes dificuldades.
Espero
que essa Emenda, que vem ao encontro, ao desejo da transparência... E eu
esperava que o Governo viesse aqui para sustentar - ele deveria ser o primeiro,
não deveria nem deixar eu pedir a palavra -: “Nós, em nome da cidadania e da
transparência, iremos votar com louvor essa Emenda.” Mas, pelo o que eu vejo,
novamente vão fazer o contrário do discurso: o discurso é um e a prática é
outra. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar a Emenda n.º 82 ao PLE n.º 044/02.
O SR. ADELI SELL: Ver. José Fortunati, Presidente da nossa
Casa, Sr.ªs Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, vejam
só, em primeiro lugar, ninguém aqui vai “vender gato por lebre”, colocando
questões que não são atinentes ao que está sendo discutido aqui.
O
Vereador levantou questões que não têm nada a ver com o tema em debate. Nós
queremos explicar que estamos submetidos a uma legislação federal, que é a
Constituição: as Leis n.º 101 e 4.320, que são normativas para essas questões.
A
Lei Federal proíbe vinculação de receitas a determinados gastos, a não ser nos
casos específicos de educação e saúde, única e exclusivamente, e os fundos para
tal determinação. Nós temos aqui, por exemplo, o Fundo Municipal de Turismo, o
Funcriança, o Funcultura. Isso é uma vinculação. Não cabe vincular qualquer
obra a qualquer receita. Imaginem, senhoras e senhores, se nós vinculássemos a
ampliação da Av. Oscar Pereira a verbas, digamos, de empréstimos e, por alguma
razão, não saísse esse empréstimo. Ou digo mais: se nós vinculássemos a
arrecadação do ISSQN, e o ISSQN caísse no ano, nós não poderíamos comprar uma
área de terra para reassentamento, mas teríamos, por exemplo, terrenos
devolutos ou algum bem público devoluto, não necessário para a Prefeitura, de
que já tivéssemos a liberação ou a alienação possível desta Casa. Venderíamos
isso e compraríamos aquela área de terra.
Nós
não podemos fazer essa vinculação, ela é vedada, a legislação não permite, mas
se usa isso aqui, única e exclusivamente, para a luta político-partidária. Não
tem sentido, estamos gastando o tempo inutilmente em questões que não têm
constitucionalidade, que não é uma questão legal e, portanto, não tem
sustentação na vida prática e real das normas que regem a nossa Câmara, o nosso
Estado e o nosso País.
A
transparência é dada pela prestação de contas, que é publicada pelo nosso
Diário Oficial a cada dia 28 do mês. Todos os convênios são enviados para a
Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, que eu já presidi. Eu sei como
funciona, porque já presidi por duas vezes, e o Vereador proponente, que é
Presidente da Comissão, deveria saber - e sabe, mas se faz de bobo e quer
passar uma rasteira nos Vereadores. O pior é que por nós não passará, porque
nós sabemos o que é a legislação, mas ele está tentando passar uma rasteira no
povo.
Agora,
o povo tem ido às assembléias do Orçamento, o povo mantém as suas associações
comunitárias, o povo mantém os seus clubes de serviços, o povo vem aqui e
reivindica na Tribuna Popular, o povo nos acompanha ali, na TV-Câmara, o povo
acompanha quem é o Vereador que “põe o pé no barro” e quem “não põe o pé no
barro”, aquele que faz um discurso, mas que não é vinculado à prática; está
desvinculado, portanto, da realidade. Além de propor uma ilegalidade, além de
querer atropelar a lei, além de querer rasgar a Constituição, rasgar a Lei n.º
4.320, rasgar a Lei n.º 101, ainda quer “vender gato por lebre”.
Queremos
ainda esclarecer aqui que todos os gastos que são feitos em publicidade estão
sendo regiamente seguidos segundo as determinações desta Casa e fiscalizados
pelo Tribunal de Contas do Estado. Não devemos nada, não tememos nada e não
temos medo de fazer prestações em praça pública. E, se muitas pessoas vão lá e,
inclusive, festejam as obras com boa música, que bom que a gente viva na cidade
de Porto Alegre e não em outro planeta! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Encontram-se entre nós o Ver. José Luiz
Grassel, do PMDB, e o Ver. Darci de Bastos, do PTB, da cidade de Herveiras, Rio
Grande do Sul. Sejam bem-vindos entre nós, Srs. Vereadores.
Em votação nominal a
Emenda n.º 82, de autoria do Ver. Sebastião Melo, destacada, ao PLE n.º 044/02,
solicitada pelo Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) (Após apuração nominal.) REJEITADA por 10 votos SIM e 12 votos NÃO.
Respondo
à Questão de Ordem levantada na Sessão anterior pelo Ver. Juarez Pinheiro, que
levantava a prejudicialidade da Emenda n.º 83, face à aprovação da Emenda n.º
44. Analisando-se o teor da matéria, considero prejudicada a letra “a” do
inciso I. Na votação que faremos a seguir, deveremos deixar de considerar a
letra ”a” do inciso I, do art. 7º.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a Emenda n.º 83 ao PLE n.º
044/02.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, da nossa parte, nós
vamos manter o nível do debate, porque o povo merece o nosso respeito. Mas eu
prefiro ser bobo a ser sócio-fundador do Clube da Cidadania. Digo isso,
especialmente, ao Ver. Adeli Sell. Portanto, vamos manter o nível do debate.
Eu
quero voltar à questão que diz respeito à Emenda ora em debate. Nós temos aqui
um apanhado, que queremos que fique consignado nas atas do Legislativo, que
demonstra que no ano de 1999 foram suplementados 129 milhões de reais; já no
ano 2000, 169 milhões de reais; e no ano 2001, 177 milhões de reais, por
decretos, todos feitos por suplementações, exatamente igualzinho ao que faz o
Governo Federal com as medidas provisórias: por decreto-lei. Por essa Emenda –
que está prejudicada em parte - nós defendíamos e defendemos que a
suplementação se faz necessária atividade por atividade, porque da maneira como
é colocada, Sr. Presidente - 4,2% do Orçamento, de 1 bilhão e 500 milhões de
reais -, 4,2% significam 75 milhões de reais. O Governo vai arrecadar, com o
excesso da arrecadação, mais 80 milhões de reais no ano que vem, porque é a
média que ele tem arrecadado. Você já pula para 160 milhões de reais. O Governo
pede a esta Casa para suplementar, na reserva de contingência, mais 80 milhões
de reais. Nós estamos passando para 240 milhões de reais. E o Governo está
livre para tratar da questão de pessoal; para tratar da questão dos riscos
fiscais.
Isso
significa 30%, Sr. Presidente, do Orçamento da Prefeitura. Ora, se o investimento
da Prefeitura chega a 150 milhões por ano, significa que o Prefeito que aí está
- que não recebeu os votos dos porto-alegrenses; que, portanto, é um prefeito
biônico – poderá mexer com todo o Orçamento e com todas as obras, na lógica do
Orçamento, como vai ser construído amanhã ou depois, como pôde aquele que saiu,
como puderam aqueles que passaram nos últimos dez anos.
Então,
a pergunta que se faz, Ver. Cláudio Sebenelo é: para que Orçamento? Para que
LDO? Para que LDO? Para que Orçamento? Se o Prefeito, se a Prefeitura, se os
órgãos governamentais podem suplementar o que quiserem por decreto e como
quiserem. Reserva de contingência é para riscos fiscais, Ver. Nereu D’Avila. Eu
vejo aqui o Diário Oficial do dia 25 de julho: (Lê.) “Reserva de contingência.
Suplementando dinheiro da reserva de contingência para pessoal e encargos
sociais.” Está aqui. Quando é que, em pessoal e encargos sociais, pode ser
usada a reserva de contingência? É evidente que não pode. Reserva de
contingência é para riscos fiscais! Não tem absolutamente nenhuma lógica! Mas
isso tudo é o que o Governo pratica, é o que a Casa autoriza e, portanto, está
legal e regimental. Mas vamos continuar nesse diapasão, Ver. Haroldo de Souza.
Somos a favor da Cidade, mas fomos eleitos para fiscalizar, não para ser
contra. Não faço a política do contra, mas faço a política da fiscalização. A
oposição cumpre um papel fundamental no sistema democrático, e esse Governo não
é transparente, esse Governo faz de conta que é transparente, é como Denorex:
parece, mas não é. Nós queremos, com o nosso papel de legislador, fortalecer o
Poder Legislativo, que é o Poder que nós representamos.
Na
procuração que recebemos do povo, um dos princípios básicos é a fiscalização, e
por isso estamos fazendo, na nossa avaliação, a fiscalização, sustentando mais
esta Emenda, na certeza de que ganha a cidadania, ganha a transparência e
ganha, evidentemente, a participação popular. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Juarez Pinheiro está com a
palavra para encaminhar a Emenda n.º 83 ao PLE n.º 044/02.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Ex.mo Sr. Presidente Ver. José
Fortunati, a quem homenageio pela condução dos trabalhos da Sessão de ontem e
de hoje. O Ver. Sebastião Melo, como se dizia na fronteira, agarra-se até em
fio desencapado para fazer aqui uma demagogia barata, uma tautologia, e dizer
mentiras. Ele sequer teve a honradez de analisar a Emenda que se discutia. O
Presidente encaminhou aqui e considerou prejudicada a letra “a”. Ele veio aqui
e discutiu outras coisas, porque não tinha o que dizer. Ele fala isso, e o
Governo que ele elegeu – e eu trouxe aqui, Ver. Pedro Américo Leal, a Lei de 96
– tinha 15% para suplementar, sem qualquer autorização; isso ele não diz. Ele
parece que tem uma auréola, que é um santo. Ele pertence ao PMDB, Partido que
defende o pagamento de mais de 60% do Orçamento do País em serviço da dívida, e
ele nunca aqui disse uma única palavra. Ao contrário, vem a este Plenário,
agride até seus colegas de bloco partidário, tenta coagir seus companheiros,
não diz que defende esse Governo, que não é só de banqueiros, é de banqueiros
internacionais, é do George Soros. É esse o Governo que ele defende. Ou ele vai
aqui dizer que não vai votar? Ele não pertence a um Partido? Ele não defende um
Partido?
Ele
não analisou aqui uma questão. Eu quero analisar tecnicamente, porque esse
debate rebaixado, desqualificado, demagógico, que agride até seus colegas de
bloco partidário, a Cidade já conhece, Ver. Sebastião Melo. Agora, Ver. Pedro
Américo Leal, vamos ler o que é a Emenda. Ver. Cláudio Sebenelo, vou concitar
V. Ex.ª, tirante todas as questões de ordem ideológica e partidária. O que essa
Emenda faz, o Vereador não disse? O Vereador veio aqui, fez uma tautologia e
não disse, para iludir seus colegas. Ele coloca um limite de 15% nas despesas
vinculadas. Isso significa, Ver. Cláudio Sebenelo, que, quando vier dinheiro do
SUS para pagamento da AIHs, atendimentos ambulatoriais - que é despesa
vinculada -, terá de passar aqui pela Câmara primeiro; não poderá ir lá para as
pessoas que necessitam; terá de passar pelo trâmite burocrático. As despesas
vinculadas estão na letra “c”. Porque ele fez aqui uma demagogia barata; é
candidato e se utilizou desta tribuna com esses objetivos. Só não disse que com
sua Emenda pode estar tirando vidas, porque o dinheiro do SUS teria, a partir
de 15%, de vir a ser protocolado na Câmara de Vereadores, apregoado, ir para
parecer prévio da Procuradoria, ir à Pauta por três, por cinco Sessões, ir para
as Comissões, e, depois, o dinheiro iria para os doentes, para as pessoas que
precisam. E é conta vinculada. Ele não está preocupado com a Cidade; está
preocupado em dizer o número de emendas que aprova. Eu peço aos Srs. Vereadores
que leiam esta Emenda, pelo amor de Deus! É uma loucura, uma insanidade de
alguém que parece tresloucado no sentido de não poder permitir que, sequer, se
possa administrar este Município. Ele não falou na letra “c”, não falou em
contas vinculadas e não disse também, porque é irresponsável, que as
suplementações têm limite. O Governo não faz o que quer. A Câmara determinou
que há um percentual, que é de 4,2%. Por que o Tribunal de Contas não aponta o
que ele diz? Se esta Câmara diz que o percentual de suplementações é 4,2%, e o
Governo nem sequer utilizou tudo, que demagogia é essa? Que irresponsabilidade
é essa? Vereador, venha discutir a Emenda que propôs. V. Ex.ª não discutiu.
Quer tirar o dinheiro dos doentes, por exemplo, dos hospitais, do Hospital de
Clínicas, que vem para o caixa do Município pelo Sistema Único de Saúde.
Isso
é uma irresponsabilidade, e não é a primeira: já suspendeu aqui uma CPI. O Ver.
Haroldo de Souza até, corretamente, sob o ponto de vista legal, a estava
encaminhando. Levou toda esta Câmara a um vexame monumental, derrotas e mais
derrotas no Judiciário. Agora, não chega isso, ele quer ainda que as contas
vinculadas, dinheiro para os hospitais, tenham que passar pelos trâmites
burocráticos da Câmara dos Vereadores. É o limite da insanidade, da irresponsabilidade,
da demagogia. Isso precisa ter um basta, ou esta Câmara de Vereadores vai parar
em patamares em que nunca esteve, da desqualificação, da irresponsabilidade, do
desserviço com a Cidade. Esse tipo de comportamento é antiético com os colegas,
tentando coagir, repito, seus próprios companheiros de bloco, omitindo dados
fundamentais.
Falou
aqui em suplementação, Ver. João Carlos Nedel, na letra “a”, que o Presidente
acabava de dizer que estava prejudicada; não estava mais em jogo isso, passou a
Emenda do nobre Ver. Reginaldo Pujol de 4,2%. E ele falou na letra “a”. Isso é
irresponsabilidade, isso é falta de ética. Foi na letra “a” que ele falou, e
essa letra não estava em votação, está prejudicada. Ele está alterando a letra
“c”, mas não falou uma palavra, tentando, na política, fazer o jogo partidário
e não diz que quem estaria prejudicada seria a Cidade.
Contas
vinculadas significam recursos e não podem ir para outra conta a não ser para
esta; significa inclusive dinheiro dos hospitais. Eu acho que este momento é de
os Srs. Vereadores fazerem uma reflexão. Nós todos não podemos ir atrás de
tresloucadas aventuras de alguém demagógico e irresponsável. Ou esta Câmara dá
um basta a isso, ou não sei onde vamos parar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal a Emenda n.º 83,
destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo. (Pausa)
(Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 01 voto SIM, 20 votos NÃO, 03 ABSTENÇÕES.
Em
votação a Emenda n.º 84 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
destacada pelo Ver. Sebastião Melo e outros. (O Sr. 2.º Secretário, Ver. Paulo
Brum, procede à leitura da Emenda.) (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra para encaminhar a Emenda n.º 84 ao PLE n.º 044/02.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, o Vereador que me antecedeu fez um discurso muito
ofídico, parece que ele tem uma certa intimidade com esses animais venenosos,
mas disse também: “O Ver. Sebastião Melo usa esta tribuna com fins eleitorais.”
Olha, eu prefiro usar a tribuna a usar a máquina pública do Governo Municipal,
como ocorreu no caso da Previdência, lá, tirando etiqueta para mandar para os
funcionários. Voltamos a esta tribuna, porque a tribuna é do povo, foi ele que
nos colocou aqui, e a máquina administrativa é outra coisa.
Agora
vamos à discussão da Emenda que visa resgatar um debate nesta Casa,
semanalmente, daqueles poucos créditos suplementares que vêm para esta Casa. Eu
poderia fazer um paradigma de um Projeto que tramita nesta Casa, que serve de
embasamento: a questão da Carris, por exemplo. Pede-se um empréstimo de 13
milhões de reais, e se não fosse um pedido de diligência, que foi e voltou, que
depois pedimos de novo, e depois, na reta final, se mandou os documentos, se
descobriu afinal de contas qual era a pouca intenção do Governo. Então, esta
emenda ela não está mexendo em suplementação, ela não está tirando dinheiro de
nenhum lugar. Ela está dizendo o seguinte: A publicação de abertura de créditos
adicionais virá acompanhada de participação popular e da radicalização da
democracia, é o mínimo que se espera de um Governo que se diz popular e
transparente, mas de um governo que sonega a senha de informação para os
Vereadores, lei votada nesta Casa. O Secretário do Planejamento está aqui
presente, dizendo que, em sessenta dias... Ele gosta mesmo de aparecer na
Câmara quando tem votação da LDO e do Orçamento. Aí ele adora a Câmara; senão,
ele foge da Câmara como “o diabo da cruz”. Mas quando vem a votação dessas duas
leis ele está aqui presente, ele e a sua assessoria, a sua entourage Então, nós sustentamos esta Emenda, porque achamos que
ela também tem um direcionamento: nós achamos que ela faz com que o
procedimento administrativo do Governo se torne transparente. As nossas emendas
não têm outro objetivo.
Quem
te viu, e quem te vê, Governo da Frente Popular, hein! Governo das praças
públicas, das “Diretas Já”, da anistia, da transparência, dos corruptos na
cadeia. Agora é o Governo que quer a escuridão do Município. É o Governo que
quando se fala em abrir o Orçamento, é o Governo que quando se fala para
publicar sucintamente - vejam a palavra, Srs. Vereadores, eu estou dizendo
“sucintamente”, eu não estou dizendo “com muita extensão”, mas “sucintamente”,
Presidente - os créditos adicionais, o Governo, ferrenhamente, vem aqui dizer
que é contra publicar sucintamente aquilo que se pretende. Sabem por que não
quer fazer? Porque 90% dos créditos suplementares ele quer para fazer
publicidade nesta Cidade. Por isso ele não quer publicizar! É por essa razão! Eles vão vir aqui com outro
argumento, mas saibam que o argumento fulcral é este, o argumento fundamental,
aquele que está esteado, no pano de fundo da defesa do Governo, é porque o
Governo é o seguinte: não tem dinheiro para a saúde, não tem dinheiro para a
habitação, não tem dinheiro para a regularização fundiária, mas tem dinheiro
para botar no programa Cidade Viva, e
tem dinheiro para a televisão, e tem dinheiro para o rádio, e tem dinheiro para
o jornal - aí tem muito dinheiro. E os decretos são todos eles nesse diapasão;
por isso compreendo que o Governo vai votar contra, com toda a certeza, mas nós
vamos continuar nesse caminho, sustentando a nossa tese de transparência, de um
Governo que quer transparência no discurso, mas pratica a escuridão. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Marcelo Danéris está com a
palavra para encaminhar a Emenda n.º 84 ao PLE n.º 044/02.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TV-Câmara, quero pedir uma
atenção especial do Ver. Sebastião Melo, porque quero dar, na prática, e desta
tribuna, a diferença, Ver. Bosco, Ver. Besson, Ver. Dib, Ver. Pujol, Ver.
Sebenelo, de se fazer política com seriedade e com respeito aos Vereadores e
Vereadoras colegas desta Casa. Quero dizer que a Bancado do Partido dos
Trabalhadores orienta o voto, sim, na Emenda do Ver. Sebastião Melo. Mas o Ver.
Sebastião Melo faz a política do ódio, da raiva, do anti; não foi capaz,
sequer, de perguntar para qualquer Vereador das Bancadas do Governo aqui – PT,
PC do B e PSB - para saber como votaríamos isso. Não é capaz de fazer política
com tranqüilidade, com capacidade de negociação; não é capaz de respeitar os
seus colegas aqui na Câmara. O Ver. Sebastião Melo veio aqui, falou antes de
nos consultar, Ver. Dib, e nos agrediu durante cinco minutos, mas ele não sabia
que nós votaríamos a favor da sua Emenda. Porque é assim, Ver. Bosco, que nós
queremos fazer política: com seriedade, ética, honestidade, mas, acima de tudo,
Ver. Dib, com respeito.
Votamos
contra várias emendas da oposição e votamos a favor de várias emendas da
oposição; por isso votamos emendas do Ver. Dib, Ver. Pujol, votamos emendas do
Ver. Besson, votamos emendas do Ver. Goulart e agora vamos votar emendas de V.
Ex.ª, Ver. Sebastião Melo. Mas temos que ter a capacidade de diálogo, de
respeito com a Câmara e não vir aqui sem sequer fazer uma única consulta, Ver.
Carlos Pestana, e atacar grosseiramente a Bancada do Partido dos Trabalhadores
durante cinco minutos. Chamar de antidemocrático, disso e daquilo e não ter
tido o gesto democrático básico, Ver. Reginaldo Pujol.
Ora,
não precisa nem exigir muito, acho que até na época da ditadura se fazia assim,
perguntar, uma pergunta só. Era necessário fazer uma única pergunta para um
único Vereador, Ver. Juarez Pinheiro, mas nem sequer isso foi concedido à
Bancada do Partido dos Trabalhadores.
O
objetivo era vir aqui e nos atacar, atacar, atacar! Pois nós queremos dar o
exemplo, a partir de nós e vamos esperar que o Ver. Sebastião Melo, apesar de,
neste ano e pouco que estamos convivendo não ter demonstrado em nenhum momento
essa vontade de construir junto, de negociar e de pensar o bem da população de
Porto Alegre, independente da paixão partidária, do período eleitoral e das
candidaturas envolvidas, pensar um pouco mais Porto Alegre.
Pensar
um pouco mais a população de Porto Alegre; pensar um pouco mais a Câmara de
Vereadores, respeitar a democracia e, principalmente, respeitar o convívio que
eu diria que é um convívio respeitoso, aqui, entre os Vereadores e Vereadoras
desta Casa. Será pedir muito? Será que nunca poderemos votar juntos? Podemos
votar juntos, sim. Podemos fazer uma política sem ódio, sem rancor, sem ser
anti, anti alguma coisa. Nós não queremos a política do quanto pior melhor.
Para nós o quanto pior é pior mesmo para todo mundo. Nós queremos uma política
do quanto melhor, melhor.
E,
quanto melhor nos relacionarmos, construirmos possibilidades conjuntas, melhor
é para Porto Alegre, Ver. João Carlos Nedel.
Eu
acredito que nós temos sido vitoriosos, até agora, nós que eu digo, nós todos
Vereadores e Vereadoras desta Casa. Esperamos que o Ver. Sebastião Melo também
faça parte dessa boa vontade de construir juntos, não só a LDO, mas o Orçamento
e também o bem comum para a população de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a Emenda n.º 84 ao PLE n.º 044/02.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
entendo que no encaminhamento da discussão das várias emendas que compõem o
Projeto de Lei do Executivo sobre análise, nós temos que desconsiderar quem
assina as proposições, para não fazermos aqui um concurso de simpatia, porque
alguém que assina uma proposição seja mais simpático ou menos simpático se
votar a favor ou contra.
Eu
quero dizer tranqüilamente que eu tenho votado pelo conteúdo das propostas, que
podem partir de Vereadores pelos quais eu tenha a maior simpatia pessoal ou de
Vereadores por quem eu tenha a menor simpatia pessoal. Nesse caso, o Ver. Pedro
Américo Leal é que deu a grande definição quando ele disse que, as coisas simples,
as pessoas não gostam de fazer. Acho que o Ver. Sebastião Melo, quando propôs
essa Emenda, fez uma coisa aparentemente simples e que é excelente para a Casa.
Acho o Governo teria que ter esse tipo de preocupação, até como meta, qualquer
Governo, não é esse Governo que está aí, do PT, que eu estou louco que termine.
Não é esse aí não; acho que qualquer governo tinha que ter essa preocupação.
(Palmas.)
Olha,
Vereador, enquanto o povo não concordar comigo, eu vou ficar querendo, mas não
conseguindo, mas eu espero que cedo ele comece a concordar. Permito-me o
resvalo que tive e que não me leve a tomar aqui na tribuna uma posição que
pareça uma posição voltada ao episódio eleitoral que vai ocorrer - é outro
detalhe. Eu estou dizendo o seguinte: qualquer governo, o instituído, ou que
vier a ser instituído, deve ter interesse em dar clareza aos seus objetivos,
porque todas as vezes que oferecer ao Legislativo esclarecimentos adequados,
mais possibilidade surgirá de que se realize o objetivo. O que quer o Vereador
autor da proposição, eu que estou dizendo que não é para votar em função do
nome do proponente, mas a proposta fala o seguinte: “A publicação de abertura
de créditos adicionais virá acompanhada de justificativa sucinta dos motivos
que expliquem os valores que estão alocados para cada projeto ou atividade, bem
como a indicação específica das fontes de recursos destinados a cada Projeto ou
atividade”.
Como
é que o Ver. João Antônio Dib diria? A coisa tem que ser clara, precisa e
concisa. Quando se fala sucinta, quer dizer que não adianta escrever muito,
apresentar muitos fatos, se não for claro, se não for objetivo, se não for
transparente. A proposta, parece que se encaminha, inclusive, no sentido da
chancela da unanimidade da Casa. Acho que uma proposta como esta merece ser
aprovada por unanimidade. Pelo menos nós estamos dispostos a fazer o que
efetivaremos faremos: não levaremos em conta quem assinou a proposta, pois ela
é boa e vamos aprová-la com a tranqüilidade e a segurança de quem está
aprovando uma coisa boa e que deve constar na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal a Emenda n.º 84,
destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADA por
22 votos SIM.
Em
votação a Emenda n.º 86 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
destacada pelo Ver. Sebastião Melo e outros. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon
está com a palavra para encaminhar a Emenda n.º 86 ao PLE n.º 044/02, por
cedência de tempo do Ver. Marcelo Danéris.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, o esforço que nós estamos fazendo aqui, e que não é uma oposição ao
Ver. Sebastião Melo, é o esforço de nós termos uma Lei de Diretrizes
Orçamentárias que seja de diretrizes orçamentárias, que não ultrapasse o seu
objetivo de estabelecer diretrizes e que não fira leis maiores. Por isso a
discussão que vimos fazer aqui, por isso há pouco concordamos com a Emenda do
Ver. Sebastião Melo, porque achamos que, sim, ela contribui para a
transparência, que, sim, ela já é prevista em outras leis, diz respeito ao
Orçamento. Só que esta, no mínimo, Ver. Sebastião Melo, tem uma redação
confusa, dúbia, porque ela novamente insiste na vinculação de receita e
despesa. Claro que lá adiante ela fala de saúde e de educação, que têm despesas
vinculadas, mas dá para entender que diz respeito a toda a lei do Orçamento.
Então, nós já sabemos que não é permitido vincular receita e despesa, que só
educação e saúde, que só a União determina a forma como o Orçamento deve ser
feito. A União estabeleceu que a saúde tem tributos vinculados, que têm
determinados tributos que serão necessariamente para a educação e mais nada, e
deu. As outras receitas não podem ter vinculação. Então, neste momento, a
Bancada do Partido dos Trabalhadores faz um apelo ao Ver. Sebastião Melo. Assim
como nós votamos a favor da sua Emenda, porque consideramos que ela contribuía
com o Orçamento, com a transparência, com o controle da cidade sobre o
Orçamento, nós achamos que esta é ilegal, burocratiza, e não pode, portanto,
ser aprovada. Então, fica o apelo da Bancada do Partido dos Trabalhadores de se
buscar construir uma lei de diretrizes que respeite as leis do Orçamento, que
não burocratize e, pior ainda, que não estabeleça vinculações ilegais,
impossíveis de serem feitas e que engessam o Orçamento público. Esse é o
esforço que nós pedimos ao Ver. Sebastião Melo. Nós queremos acreditar na sua
boa intenção, na vontade de fiscalizar o Executivo, a despeito da qualificação
que ele vem reiteradamente fazendo do Executivo, do uso do Orçamento, do jeito
que trabalha. Queremos apostar, Ver. Sebastião Melo, que temos condições de
fazer aqui uma lei – e aí ficamos muito gratificados com a posição dos demais
Vereadores da oposição, que têm sido bastante razoáveis e coerentes nas
votações. Esse é o esforço.
De
novo, em outras emendas aqui rejeitadas, nós, como maioria, rejeitamos a
vinculação de receitas, a não ser em saúde e educação. Então, de novo, temos de
rejeitar essa Emenda, porque ela propõe isso e isso é ilegal, burocratiza,
torna ilegal o Orçamento e cria critérios que não estão previstos, que
complicam e tornam inviável o Orçamento municipal. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Sebastião Melo, autor do destaque,
está com a palavra para encaminhar a Emenda n.º 86 ao PLE n.º 044/02.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e
colegas Vereadoras, ficou mais fácil agora, porque se a representação do
Governo continuista não tivesse vindo à tribuna eu teria de consultar se eles
votariam a favor ou contra para saber como é que eu deveria proceder aqui na
tribuna, porque, pela lógica da bancada governista, o Vereador tem de sempre
consultar a Bancada do Governo para encaminhar uma matéria da tribuna. Eu
pensava que o Ver. Carlos Alberto Garcia representava o Governo, porque ele
rejeitou esta Emenda, mas vi que ele não representa o Governo, porque o relator
teve uma posição e o Governo evoluiu em outra posição. É por isso que vim
sustentar a Emenda.
Ver.ª
Sofia Cavedon, V. Ex.ª, não acho que com má intenção, fez uma leitura
equivocada. O que é que estamos pedindo? Estamos pedindo o seguinte: “Parágrafo
único - Acompanharão a Lei de Orçamento Anual os demonstrativos de receita e
despesa com as dotações iniciais previstas para o exercício de 2003,
discriminando a receita por fontes de vinculação, e da despesa por subfunção e
por grupo de natureza da despesa, conforme a estrutura e informação de todos os
relatórios, das áreas de educação e saúde, constantes da Portaria n.º 560, de
14 de dezembro de 2001.”
V.
Ex.ª, Ver.ª Sofia Cavedon, que é uma profunda conhecedora da área da educação,
diz que os recursos para educação são 30% e que 12% são para o ensino especial.
V. Ex.ª, Ver. João Carlos Nedel, hoje, está estampado numa das páginas de um
jornal de grande circulação, lá no Tribunal de Contas, pedindo que o Ministério
Público instaure um expediente para averiguar os recursos com educação que, no
seu entendimento, não foram cumpridos, como determina a Lei. Pois essa Emenda,
Ver. João Carlos Nedel, tem este objetivo: tem de acompanhar, se for aprovado,
não no relatório, mas no Orçamento, discriminadamente, na área da saúde e na
área da educação. Ou seja, o que o Governo vai fazer, se vai colocar 12 para
especial, ou se ele vai colocar 24 em tudo.
Então,
não é vincular receita, absolutamente, não tem nenhum procedimento, mas isso
acompanharão. Todos os senhores tem aí, poderão acompanhar a Emenda de autoria
deste Vereador. Nós queremos fazer com que, quando vier o Orçamento, se diga em
que vai gastar na saúde, Ver. Elói Guimarães, e em que vai gastar na educação.
Se o Governo disser, por exemplo, que não vai gastar 12% na educação especial,
ele está descumprindo a Constituição Municipal, a Lei Orgânica, e ele vai
responder por isso. Se ele vai gastar 30%, diga em que vai gastar.
Então,
essa Emenda também, Sr. Presidente, é de uma singeleza, mas também visa, Ver.
Pedro Américo Leal - V. Ex.ª que é o sempre defensor da saúde pública, de mais
investimentos, de mais transparência, que acabem com as filas, que melhore a
quantidade de remédios -, que, quando vier o Orçamento, V. Ex.ª, a Comissão de
Saúde, possa destrinchar com muito mais facilidade se, efetivamente, o discurso
do Governo está casando com a prática governamental.
Tenho,
então, uma posição diferente do Governo e queremos, aqui, sustentar que essa
Emenda qualifica o Orçamento, traz mais transparência em duas áreas vitais para
a Cidade, que são a educação e a saúde pública. Portanto, esperemos que ela
seja favorável, Sr. Presidente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal a Emenda n.º 86,
destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADA por
12 votos SIM, 11 votos NÃO.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, quero fazer um registro.
Estou impressionado com a brilhante oratória que está acontecendo aqui hoje. Há
cerca de um mês, eu marquei uma consulta médica às 18h30min para o dia de hoje.
Eu vou ter que me retirar e ninguém vai dizer que fugi, eu vou esperar até o
último minuto que puder.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Feito o registro, Ver. João Antonio Dib.
Em
votação a Emenda n.º 87 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
destacada pelo Ver. Sebastião Melo e outros. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para encaminhar a Emenda n.º 87 ao PLE n.º 044/02.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, o que nos levou a
apresentar esta Emenda é aquilo que temos procurado fazer todos os dias nesta
Casa: o resgate à autonomia e ao fortalecimento do Poder Legislativo. A
Constituição Federal estabeleceu um limite de gastos com os legislativos de 5%
da arrecadação. Eu fui, Sr. Presidente, pesquisar e depreendi que, na Lei do
plurianual, a Prefeitura estabeleceu dizendo que a Câmara pode gastar até 4% do
Orçamento; portanto, ela não fez ilegalmente, porque está abaixo daquilo que é
o teto constitucional. No entanto, nós temos um entendimento diferenciado. Este
Poder Legislativo, que cumpre um papel relevante para a Cidade, para o orgulho
desta Cidade, de seus moradores, de seus eleitores e de seus cidadãos, é um
Poder extremamente singelo. Os gabinetes dos Vereadores são extremamente
singelos; aqui não tem salário de marajá; aqui existe um corpo funcional que
trabalha bem. O gabinete da Presidência é singelo e nem sequer tem cargo de
Oficial de Gabinete. Então, isso é muito bom, muito alegre de dizermos isso,
porque, na verdade, a política acima de tudo tem de ser uma vocação. Agora,
temos um entendimento, Sr. Presidente, a democracia que nós e a sociedade que,
ao longo de uma caminhada, vem construindo e que ainda está engatinhando, se
solidifica quando ela tem, num de seus Poderes, que é o Legislativo, um Poder
Legislativo efetivamente fortalecido. É da lógica dos Executivos, independente
de Governo, de partido a, b ou c, tratorar o Legislativo. Vejo, por exemplo,
Sr. Presidente, que esta Casa ganharia cidadania, ganharia a Cidade, pois temos
um gabinete de assessoramento superior, por exemplo, para analisar ali na
frente a revisão do Plano Diretor, que é de uma magnitude extraordinária, de
que uma vacilação de uma revisão do Plano Diretor, às vezes, pode trazer
problemas irremediáveis para uma cidade.
Então,
estamos aqui querendo fazer com que se cumpra o dispositivo constitucional, e
essa Emenda visa exatamente isso, dizendo o seguinte: “Na elaboração do Projeto
da Lei Orçamentária da Administração Pública Municipal, o total da despesa do
Poder Legislativo, incluindo os subsídios dos Vereadores, excluindo os gastos,
não poderá ultrapassar o percentual de 5% previsto no art. 29, a, inciso VI da
Constituição Federal. Então, temos o entendimento de que ele é um Projeto
simples, mas que qualifica, fortalece, na nossa avaliação, o nosso Poder
Legislativo, que precisa ser cada vez mais qualificado, até para enfrentar, com
toda a certeza, o Poder Executivo, que tem uma fúria muito grande de não respeitar
o Legislativo e, evidentemente, quando o Poder Legislativo não está
fortalecido, perde a cidade, perde a cidadania. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para encaminhar a Emenda n.º 87 ao PLE n.º 044/02.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta
Emenda tem de nos levar a uma reflexão. Em verdade, nós estamos vivendo a
seguinte situação e, conseqüentemente, o seguinte dilema: indiscutivelmente, o
Plurianual coloca 4% como sendo o limite das despesas da Câmara Municipal, mas
colocou de forma inadequada. E o Ver. João Antonio Dib tem uma Emenda, a de n.º
160, que, no meu modo de entender, dá uma clareza muito maior para aquilo que
está disposto no Plurianual, sem conflitar com o mesmo. E esta Emenda n.º 160,
Ver. Sebastião Melo, se a aprovarmos, a sua Emenda estará prejudicada. A Emenda
n.º 160, do Ver. João Antonio Dib, que diz: (Lê.) “Na elaboração do Projeto de
Lei Orçamentária, as despesas com o Legislativo não deverão exceder a 4%
(quatro por cento)” - guardando, por conseguinte, proporcionalidade e se
adequando ao que diz o Plurianual – “das receitas correntes, excluídos os
recursos do Sistema Único, SUS, corrigidos de acordo com a evolução
orçamentária.”
Eu
entendo que essa proposta do Ver. João Antonio Dib, de certa forma, a minha
equipe ajudou na elaboração, dá um ganho para a Câmara Municipal na ordem de 6
milhões de reais. E, pela sua clareza, retira uma confusão que hoje predomina
na execução orçamentária, de qual é a base sobre a qual incidirão esses 4%.
Porque, se aumentarmos a base, Vereador, teremos um maior ganho do que
aumentarmos a incidência em uma base menor. Raciocínio matemático.
Então,
eu quero, literalmente, confessar o seguinte: estou em dúvida. O objetivo de
ambas é o melhor possível, que é o de alcançar uma maior possibilidade de a
Câmara Municipal realizar suas tarefas, que hoje são péssimas, Ver. Pedro
Américo Leal. Então, até diria que, se eu tivesse a convicção de que mais tarde
teria garantia de aprovação da Emenda do Ver. João Antonio Dib, até me
tranqüilizaria. Sem essa garantia, e mesmo na dúvida, vou acompanhar o Ver.
Sebastião Melo. Está expressado o meu dilema. Eu não vou ajudar a derrotar esta
Emenda, Ver. Elói Guimarães, que tenho dúvidas se é melhor ou não do que a do
Ver. João Antonio Dib, se eu não tiver garantia de depois aprovar a Emenda do
Ver. João Antonio Dib, porque, senão, eu não vou ter nem mel nem porongo. E eu,
reconhecidamente, entendo que a situação está muito mal, e o Ver. Estilac
Xavier sabe disso, porque eu repito desde o ano passado essas circunstâncias.
Nós estamos tendo grandes dificuldades, imensas dificuldades, quase que
insuperáveis, em manter a Câmara com o orçamento estabelecido nos padrões que
hoje são mantidos. Então, tem de mudar. Penso que a Emenda do Ver. João Antonio
Dib possibilita isso, é de uma clareza que me parece absoluta; a do Ver.
Sebastião Melo, eu tenho algumas dúvidas, mas, na dúvida, eu fico com a Emenda
do Ver. Sebastião Melo. Eu diria que in
dubio pro misero, e a Câmara está vivendo clima de miserabilidade. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (José Fortunati):
A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a Emenda n.º 87 ao
PLE n.º 044/02.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Ver. José Fortunati, Sr.ªs
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, esta Emenda do Ver. Sebastião
Melo – aliás, o Ver. Sebastião Melo que aqui tem trazido várias emendas à
discussão e que, na grande maioria do tempo, na verdade, ele vem aqui fazer
proselitismo e atacar o Partido dos Trabalhadores.
O
problema não está em ter posições diferentes em relação ao que o Vereador
pensa, ao que o Executivo pensa, aos nossos nobres pares. O problema é que a
postura do Vereador tem sido a postura de um antidemocrata, aquele que vem aqui
ensinar aos nobres pares que todos estão errados e ele é que tem a ciência.
Descobriu o “ovo de Colombo”. Vereador, vamos ter um pouco de humildade e
aprender juntos. Todos nós sabemos que no Plurianual estão gravadas em 4% as
nossas despesas. Portanto, o que está definido, não pode declarar a Lei de
Diretrizes Orçamentária, aliás, como já disse anteriormente, uma diretriz já
definida no Plurianual, que é para quatro anos, Vereador. É simples. V. Ex.ª,
claro, que é um intelectual da área jurídica, também pode aprender comigo. Eu
acho que é interessante essa troca de sabedoria.
Aliás,
senhoras e senhores, o Ver. Sebastião Melo está tirando 1% das questões sociais
da nossa Cidade, das questões da criança e do adolescente, da saúde, só porque
está preocupado com a estrutura dos gabinetes da Câmara de Vereadores.
Preocupado se falta uma coisinha ou outra aqui nesta Casa. Nós temos que honrar
o compromisso para o qual fomos eleitos. Nós fomos eleitos para estar na rua,
trabalhando com o povo, amassando barro, comprometidos... Aliás, a postura do
Vereador aqui tem sido contra a participação popular, porque é apenas um cheque
assinado na hora da eleição, mas não quer, depois, a fiscalização por meio do
Orçamento Participativo, ou seja o nome que querem dar, na respeitabilidade e
no compromisso que as comunidades têm quando discutem os problemas da Cidade.
É
isso que o Vereador tem tentado traduzir nesta Casa. E, com certeza, a população
de Porto Alegre está enxergando o viés que existe por trás dessa fala toda que
o Vereador vem aqui fazer. Age com arrogância, fala grosso. Isso se chama
distúrbio ideológico, Vereador, pois V. Ex.ª, que é do PMDB, não assume todo o
comprometimento que existe com o FMI, com a OMC, os compromissos que os
senhores têm junto com o Fernando Henrique. E depois vem aqui se dizer
oposição. Quando se fala em oposição, tem que se ter respeito. Não dá para
admitir que alguém que se diz PMDB venha aqui e use nome de oposição. Vamos ter
seriedade com a Cidade, com as questões legais que nós mesmos aprovamos aqui. E
vamos ter a humildade, de vez em quando, de aprender com todos os pares.
Podemos ter formação diferenciada, mas todos nós fomos eleitos pelo nosso perfil
e pelo trabalho que fizemos. Portanto, aqui, ninguém é melhor do que ninguém,
todos os Vereadores têm que estar cientes de que não podemos prejudicar a
Cidade e vir aqui fazer demagogia. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal a Emenda n.º 87,
destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADA por
07 votos SIM, 15 votos NÃO.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que seja
submetida ao Plenário a votação imediata da Emenda n.º 160, que se vincula a
essa, e teríamos solucionado um problema. Se o Plenário concordar.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. João Antonio Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Emenda
n.º 160 ao PLE n.º 044/02, de autoria dos Vereadores João Antonio Dib, João
Carlos Nedel e Sebastião Melo, destacada pelo Ver. Raul Carrion. (O Sr. 2.º
Secretário, Ver. Paulo Brum, procede à leitura da Emenda.) Em votação nominal a
Emenda n.º 160, destacada ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo Ver. Marcelo
Danéris. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 12 votos SIM,
11 votos NÃO.
Em
votação a Emenda n.º 89 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
destacada pelo Ver. Sebastião Melo e outros. (O Sr. 2.º Secretário, Ver. Paulo
Brum, procede à leitura da Emenda.) (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra para encaminhar.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, a caminhada continua, a luta continua, porque sem
luta não há vida. Passamos à leitura do art. 2.º da Lei de Diretrizes
Orçamentárias: (Lê.) “Os Projetos de Lei dos Orçamentos deverão ser votados
pela Câmara Municipal até 30 de novembro de 2002, encaminhados para sanção até
dia 10 de dezembro do corrente ano. Esgotado o prazo para a legislação previsto
no caput, o Projeto será colocado na
Ordem do Dia da Sessão imediata, sobrestadas as demais proposições até a
votação final.”
Presidente,
fico triste em discutir isso aqui, mas veja o teor da redação do Prefeito
Municipal: está dizendo o que a Câmara Municipal tem que fazer. Eu já vi
barbaridade, mas essa aqui é uma das grandes barbaridades. Por acaso V. Ex.ª
remete ao Executivo dizendo como é que o Prefeito tem que encaminhar alguma
questão no Paço Municipal? Por acaso, será que algum Presidente desta Casa -
Ver. Fernando Záchia, Ver. Antonio Hohlfeldt, ou outros Vereadores -,
especialmente nesses últimos doze anos, dirigiu algum ofício ao Prefeito da
Frente Popular para dizer como ele tem que encaminhar as questões lá no Paço
Municipal? Este artigo tem que ser suprimido, porque isso é invasão de
competência, isso é imiscuir-se nas coisas alheias, é um poder. Chegar ao ponto
de dizer a esta Casa como deve-se proceder no Orçamento; parece que não há uma
Lei Orgânica; parece que não há Presidente; parece que não há Regimento, na
lógica do Governo. Não! Portanto, para o bom relacionamento dos Poderes, pela
autonomia dos Poderes, pelo respeito aos Poderes constituídos, harmonia,
independência, soberania dos Poderes, evidentemente que nós sustentamos, Ver.
Reginaldo Pujol, que é indevido este artigo. É indevido este artigo! Então, nós
queremos, simplesmente, que ele seja extirpado, retirado, isso tem uma
simbologia, retirar este artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias é afirmar o
Poder Legislativo, é o respeito ao Poder Legislativo, é o respeito à Casa do
Povo, é o respeito a esta Casa plural, composta por todos os matizes, por todas
as forças políticas. Portanto, nós esperamos, Ver. Marcelo Danéris, a sua
reflexão e a reflexão da sua Bancada, e que votem favoravelmente em nome da
Casa que representam, a Casa Legislativa. Esse é o apelo deste Vereador. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para encaminhar a Emenda n.º 89 ao PLE n.º 044/02.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu serei muito breve. O
que este artigo aqui colocado é simplesmente absurdo e precisa ser retirado,
porque no parágrafo único consta o seguinte: (Lê.) “Esgotado o prazo para
deliberação prevista no caput” - ou seja, 30 de novembro e, se quiserem,
10 de dezembro - “...o Projeto será colocado na Ordem do Dia da Sessão
imediata, sobrestadas as demais proposições até a sua votação final.” Eu penso
que, se ele já não estava na Ordem do Dia, ele não pode entrar na Ordem do Dia,
e na Lei Orgânica diz que o prazo é esse aí, não há por que manter esse artigo.
Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Juarez Pinheiro está com a
palavra para encaminhar a Emenda n.º 89 ao PLE n.º 044/02.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. José Fortunati,
quanto a esta Emenda, se verificarmos a sua justificativa, nós veremos que é
uma verdadeira preciosidade elaborada pelo nobre Ver. Sebastião Melo, mais uma
das suas grandes obras. Isso que se faz aqui na LDO é, nada mais, nada menos,
do que reproduzir o único documento que dá as diretrizes orçamentárias por
técnica legislativa, porque há muitos munícipes que não têm como estar lidando
com a Lei Orgânica, com o Regimento da Câmara, com a LDO, com o Plurianual, mas
que, quando vêm pesquisar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, ficam sabendo qual
o dia final para que a Câmara de Vereadores aprecie a matéria orçamentária.
Nada mais se faz do que reproduzir um dispositivo que já está na Lei Orgânica,
e eu penso que o Ver. Sebastião Melo, tão inteligente que é - procura demonstrar
que é -, deveria dar uma estudada em processo legislativo. Vereador, V. Ex.ª
propõe tanto, faz tantas emendas, atua tanto, é tão protagonista, assoma à
tribuna trinta vezes por Sessão. Então, seria de bom alvitre que estudasse um
pouquinho de técnica legislativa. Esta é a sugestão que eu deixo a S. Ex.ª.
E
ele é um bacharel, por certo se estudasse pouco, um pouquinho só de processo
legislativo, ele não diria as coisas que disse há pouco. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal a Emenda n.º 89,
destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADA por
07 votos SIM e 16 votos NÃO.
Em
votação a Emenda n.º 90 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
destacada pelo Ver. Sebastião Melo e outros. O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra para encaminhar.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, eu já havia manifestado, antecipadamente, na Sessão passada...
Aliás, procurei o Líder do Governo, indevidamente, mas, como Presidente da
Comissão de Economia, ainda na semana passada, querendo discutir a LDO, na
sexta-feira passada, e essa matéria foi postergada. Apresentei uma série de
emendas e peço a compreensão do Ver. Ervino Besson. As minhas Emendas foram
rejeitadas e me sinto no dever de sustentá-las.
Mas
eu queria, antes de entrar propriamente na matéria, dizer o seguinte, Ver.
Ervino Besson: quando entrei aqui na Casa - sou neófito, sou Vereador de
primeiro mandato - me recomendaram que eu fosse fazer a leitura dos pareceres
do Ver. Juarez Pinheiro e que eu estudasse as técnicas legislativas do Ver.
Juarez Pinheiro. Então, me enveredei por esse campo e por isso estou cometendo
tantos erros. Agora, vou ter que mudar, porque tudo o que tenho feito aqui eu
fui buscar nos pareceres, nas palestras do Ver. Juarez Pinheiro, mas agora vou
mudar, porque vi que estou no caminho errado.
Mas
quero sustentar aqui a nossa Emenda. O art. 9.º passa a ter a seguinte redação:
(Lê.) “No Orçamento da Administração Pública Municipal, as despesas de cada
projeto-atividade deverão ser classificadas pelos seguintes grupos de despesa:
pessoal, encargos sociais, juros e encargos de dívidas, outras despesas
correntes, investimentos, inversões financeiras, amortização da dívida.”
Nós
queremos com isso, Ver. João Carlos Nedel - e V. Ex.ª tanto cobra... É que
quando chega o Orçamento aqui, ele chega numa confusão, e isso é feito de forma
deliberada. Isso é feito com muita especialidade, não pense que os rapazes lá
do GAPLAN não entendem de Orçamento. Eles entendem de Orçamento, eles entendem
muito de Orçamento e, por entenderem muito de Orçamento, eles querem esconder
desta Casa, de forma ardilosa, as vinculações e não discriminam as despesas com
o projeto-atividade.
Então,
nós não sabemos se é o asfalto, se é o posto de saúde, se é o pagamento de
pessoal, se é o custeio da máquina. Então, vejam o seguinte: nós estamos
pedindo, aqui, que o Governo, ao fazer o Orçamento, ele proceda fazendo a
discriminação de projetos por atividades.
Isso
é uma forma simples que vai facilitar indiscutivelmente o manuseio do Orçamento
pelas Comissões, pela Comissão de Economia, pelo Plenário da Casa, por qualquer
Vereador.
Então,
não se faz isso com o fito de ser contra o Governo. Evidente que os meus
colegas do Governo, quando eles não querem enfrentar um debate, quando eles não
têm argumento para combater a oposição, eles quererem rebaixar o debate. Chegam
aqui e dizem que o Ver. Sebastião Melo briga com todo o mundo.
Ora,
eu sou um homem da paz, eu gosto da briga das idéias, as diferenças nos
qualificam, Ver. Estilac Xavier. A democracia se sustenta com uma oposição
responsável. Aliás, o que o Partido de V. Ex.ª fez neste País, da sua fundação
até há pouco tempo, foi muito bom para o País. Não queira ser Governo sem
fiscalização. O que eu estou fazendo, aqui, é o papel de quem foi eleito para
fiscalizar. O povo nos delegou esse papel e delegou o papel de Governo aos
senhores.
Então,
não estou fazendo, aqui, oposição por oposição, estou disputando,
legitimamente, Ver. Marcelo Danéris.
Eu
vou lembrar: quando estava em votação aqui a Lei do Comércio, quando ficamos
até as duas da madrugada e passamos por esta tribuna, o Governo e os trinta e
três Vereadores repetimos aqui em todos os destaques. Então, por favor, vamos
respeitar, porque o Regimento tem que valer para os dois lados. Quando estiver
em jogo, nesta Casa, uma matéria que o Governo tem o entendimento de que tem
que deixar a sua posição, mesmo sabendo que vai perder, ele tem o direito a
esta tribuna legitimamente. Ninguém vai me tirar o direito a esta tribuna, de
sustentar o que eu penso e de defender o que penso. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação nominal a Emenda n.º 90,
destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 06 votos SIM, 13 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Emenda
n.º 92, ao PLE n.º 044/02. Solicito ao Ver. Carlos Alberto Garcia que assuma a
direção dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia):
Emenda n.º 92 ao PLE n.º
044/02, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, destacada pelo Ver. Antonio
Hohlfeldt e outros. (O Sr. 2.º Secretário, Ver. Paulo Brum, procede à leitura
da Emenda.) Em votação nominal a Emenda n.º 92, destacada, ao PLE n.º 044/02,
solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 12 votos SIM, 10 votos NÃO.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Emenda n.º 93 ao PLE n.º 044/02, de
autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, destacada pela Ver.ª Clênia Maranhão e
outros. (O Sr. 2º Secretário, Ver. Paulo Brum, procede à leitura da Emenda.) Em
votação a Emenda n.º 93, destacada, ao PLE n.º 044/02. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Emenda
n.º 96 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, destacada pelo
Ver. Fernando Záchia e outros. (O Sr. 2.º Secretário, Ver. Paulo Brum, procede
à leitura da Emenda.) Em votação a Emenda n.º 96, destacada, ao PLE n.º 044/02.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA com voto contra da Bancada do
PT e do Ver. Carlos Alberto Garcia.
Emenda
n.º 97 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, destacada pelo Ver.
Fernando Záchia e outros. (O Sr. 2º Secretário, Ver. Paulo Brum, procede à
leitura da Emenda.) Em votação a Emenda n.º 97, destacada, ao PLE n.º 044/02.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, por unanimidade.
Emenda
n.º 123 ao PLE n.º 044/02, de autoria dos Vereadores Dr. Goulart e Ervino
Besson, destacada pelo Ver. Sebastião Melo e outros. (O Sr. 2º Secretário, Ver.
Paulo Brum, procede à leitura da Emenda.) Em votação a Emenda n.º 123,
destacada, ao PLE n.º 044/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, por
unanimidade.
Emenda
n.º 130 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, destacada pelo
Ver. Sebastião Melo e outros. (O Sr. 2º Secretário, Ver. Paulo Brum, procede à
leitura da Emenda.) Em votação nominal a Emenda n.º 130, destacada, ao PLE n.º
044/02, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM, 12 votos NÃO.
Emenda
n.º 131 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, destacada pelo
Ver. Sebastião Melo e outros. (O Sr. 2.º Secretário, Ver. Paulo Brum, procede à
leitura da Emenda.) Em votação nominal a Emenda n.º 131, destacada, ao PLE n.º
044/02, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM e 14 votos NÃO.
Emenda
n.º 133 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, destacada pelo
Ver. Sebastião Melo e outros. (O 2.º Secretário, Ver. Paulo Brum, procede à
leitura da Emenda.) Em votação nominal a Emenda n.º 133, destacada, ao PLE n.º
044/02, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.) Encerrada a votação com
a mudança de voto do Ver. Raul Carrion de “sim” para “não”. (Após a apuração
nominal.) REJEITADA por 10 votos SIM e 12 votos NÃO.
Em
votação a Emenda n.º 150 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
destacada pelo Ver. Sebastião Melo e outros. (O Sr. 2º Secretário, Ver. Paulo
Brum, procede à leitura da Emenda.) (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra para encaminhar.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas Vereadores e
colegas Vereadoras, esta Emenda é uma emenda de grande magnitude, porque ela
trata de uma questão extremamente sensível nos grandes, nos médios e até
pequenos centros urbanos, que é a questão do comércio informal. Ora, estamos
falando de uma administração que está aí há quatorze anos. E aqueles que
militam não têm memória curta. Este filme, portanto, nós conhecemos. Desde
1989, estou ouvindo, por parte do Executivo, que tem que construir uma saída
para o Centro da Cidade, envolvendo também o comércio ambulante. E temos visto
que, ao longo desses doze anos, alguns avanços, muitos recuos, mas nunca
tivemos uma política para a questão do comércio informal. Esta Emenda, Sr.
Presidente, visa colocar esse assunto em debate. Ele é oportuno, porque o mesmo
Governo que não tem um centavo e não sinaliza nem sequer com discurso a favor
de resolver o assunto com um camelódromo dos centros populares, é o Governo que
quer que esta Casa autorize 13 milhões de reais para a Companhia Carris
Porto-Alegrense, para fazer as linhas transversais do Centro. Então, esse mesmo
Governo que quer 13 milhões para a Carris, é o Governo que não sinaliza, Ver.
Haroldo de Souza, com 500 mil reais, com 01 milhão, com 200. Nós vamos
aproveitar os prédios vazios do Centro de Porto Alegre e fazer os chamados
mercados populares, em forma de cooperativa. Esses companheiros que estão lá,
não é por que querem, é que foram jogados a essa condição pelo modelo
excludente, sobre o que os entes federados têm responsabilidades em todos os
seus níveis. E a Prefeitura não pode ausentar-se da sua responsabilidade.
Aliás, eu diria, não provocativamente, não é esse o intuito, mas acredito até
que o Governo tem uma política para os camelôs: cacetada! O que está
acontecendo hoje no Centro de Porto Alegre é porrete nos camelôs, companheiros
que estão lá trabalhando, vendendo os seus produtos para ganhar 5, 10, 20 reais
para comprar um quilo de feijão e arroz, e os “brucutus” da Prefeitura, ladeados
com um destaque especial da Brigada Militar, vão lá, mandam o militar muitas
vezes sem fazer o ato de apreensão.
Eu
já desafiei o Governo e volto a desafiar que ele mostre para esta Casa, para a
sociedade, as apreensões dos ditos produtos ilegais, e ilegalidade tem em todos
os lugares. Muitos depósitos desta Cidade não são fiscalizados pela Polícia,
que tem de fiscalizar, e pela Prefeitura. Muitos depósitos no Centro de Porto
Alegre, servem-se de receptadores, e contra esses a Prefeitura também não faz
nada.
Então,
nós estamos defendendo uma Emenda para que o Governo coloque no Orçamento uma
dotação orçamentária para os camelôs, para os vendedores ambulantes, que são
centenas, mais de mil, hoje, no Centro de Porto Alegre, chamados de irregulares
e que esperam uma solução do Governo. E nós queremos, com essa Emenda,
contribuir com esse mesmo Governo, que tem a disposição de dar 13 milhões para
a Carris, esse mesmo Governo tem de fazer uma contrapartida para uma outra
ponta, que é a ponta de gente muito sofrida, que são os camelôs.
Portanto,
espero que essa Emenda possa passar e que o Governo possa ter a sensibilidade
de, no seu Orçamento, destinar verba específica para a questão do comércio
informal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal a Emenda n.º 150,
destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADA por
08 votos SIM, 12 votos NÃO, 02 ABSTENÇÕES.
Em
votação a Emenda n.º 152 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
destacada pelo Ver. Sebastião Melo e outros. (O Sr. 2º Secretário, Ver. Paulo
Brum, procede à leitura da Emenda.) (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a
palavra para encaminhar.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, essas
próximas Emendas de nossa autoria dizem respeito às Emendas lá da região da
Tronco, Cruzeiro. Na verdade, quem pediu Destaque a essas Emendas foi o Ver.
Raul Carrion, porque o senhor Relator propôs a aprovação das Emendas com
Subemendas e eu pedi destaque das Subemendas, porque se forem, como Relator,
aprovadas as Emendas com as suas Subemendas, evidentemente que eu pedi destaque
das Subemendas, então, portanto, o Ver. Raul Carrion foi quem pediu destaque
das Emendas.
E
nós, aqui, entramos agora, na nossa avaliação, num outro campo de discussão que
não é o campo da transparência do Orçamento, mas é no campo de dotar o
Orçamento na questão social da Cidade. Eu tenho aqui os Orçamentos, os últimos
cadernos, talvez, quase todos os cadernos do Orçamento, os quais tenho lido,
tenho acompanhado. Sabemos que muitas das obras demandadas no Orçamento
Participativo, inclusive algumas dessas obras já demandadas em várias vezes,
não têm logrado êxito, mesmo tendo passado lá pelas assembléias preliminares.
Eu
tenho um entendimento de que a democracia participativa é uma conquista da
cidadania, mas ela não pode ser colidente com a democracia representativa, as
duas devem caminhar numa direção de qualificar o debate e de resgatar, evidentemente,
o interesse da população.
O
que é que nós estamos pedindo com esta Emenda, Srs. Vereadores? Acrescenta a
seguinte diretriz, eu estou falando da diretriz, portanto, dos anexos, inciso
X: (Lê.) “Esporte recreação e lazer.” Portanto, há outras diretrizes. E nós
estamos querendo, Ver. Beto Moesch, acrescentar, lá no anexo da Lei de
Diretrizes Orçamentárias, uma outra diretriz: (Lê.) “Promover a construção de
quadras de bocha em áreas públicas e a reforma das existentes, dotando-as de
telamento em seu entorno, de telhado e iluminação, de forma a desenvolver as
relações comunitárias e atender, principalmente, às populações de terceira
idade”.
Ver.
Ervino Besson, para aquela comunidade, como para tantas outras, é uma pequena
grande obra. Mas é uma pequena grande obra que é o lazer daquela comunidade.
Portanto, nós estamos aqui agregando nas diretrizes... Mas qual o choque que
estamos encontrando e vamos encontrar aqui neste Plenário, a não ser que o
Governo tenha mudado de idéia? É que o Governo quer dizer para a Cidade que
somente poderá promover alguma questão nesta Cidade se for através da demanda
do Orçamento Participativo. E nós temos uma outra idéia, nós achamos que pode,
sim, ser pelo Orçamento Participativo, mas também pode ser através de outros instrumentos,
sendo que um deles é a questão do Legislativo.
Vereador
foi eleito com o voto popular, para aprofundar-se nas relações de cidadania, e
para tentar traduzir a angústia de centenas, de milhares de pessoas que não são
atingidas com um mínimo de recurso para equipamentos públicos. Portanto, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, nós queremos crer que a promoção no artigo que diz
respeito à recreação, ela, evidentemente vem suprir e vem colocar em debate uma
questão muito importante para a Cidade. O senhor Relator fez subemendas dizendo
que quer discutir a matéria, nós estamos dizendo que queremos promovê-la.
Então, há uma diferença muito grande entre aquilo que nós propomos e aquilo que
o senhor Relator propõe. Nós queremos aprovar esta Emenda, ou aprovar as
emendas subseqüentes a essa e rejeitar as subemendas. Portanto, essa é a nossa
manifestação, e a esperança de que possamos aprovar a Emenda e depois rejeitar
a subemenda, para que se mantenha a Emenda na sua originalidade. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal a Emenda n.º 152,
destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pela Ver.ª Sofia Cavedon. (Pausa.)
Após a apuração nominal.) REJEITADA por
09 votos SIM, 12 votos NÃO.
Em
votação a Emenda n.º 153 ao PLE n.º 044/02, de autoria dos Vereadores Sebastião
Melo, João Antonio Dib e João Carlos Nedel, destacada pelo Ver. Raul Carrion e
outros. (O Sr. Presidente procede à leitura da Emenda.) (Pausa.) O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, eu não canso de dizer e não vou cansar de dizer nesta tribuna: o
que justifica a caminhada política não são os discursos, são as práticas
políticas. O Governo, que tem 1 milhão e 200 mil para gastar no Fórum Social; o
Governo, que gasta 12 milhões de reais em publicidade oficial em Porto Alegre;
o Governo que, evidentemente, não cobra os tributos dos banqueiros desta
Cidade, talvez, não dos bancos internacionais, mas dos nacionais, é o Governo
que, quando vem à votação para colocar na diretriz, para fazer o telamento de
um campo, diz que não vai fazer. Isso tem que ficar registrado, Ver. Ervino
Besson. Isso tem que ficar registrado!
Agora,
nós estamos aqui discutindo uma outra questão de alta relevância chamada
habitação. Sabem os Srs. Vereadores – e todos sabem disso – que ali na Vila
Tronco/Cruzeiro há uma área do Exército, grande, talvez 10, 15ha e há um outro
pedaço de área que é do INSS; portanto, já existe - especialmente para aqueles
que nos assistem aqui - precedência, lá na PUC, por exemplo, Ver. Reginaldo
Pujol; o Exército negociou com a PUC, há tempos, até porque há uma orientação
do Exército de fugir dos centros urbanos.
O
que nós estamos propondo aqui, com muita clareza, é que a Prefeitura, aprovando
essa Emenda, está autorizada – ela não está obrigada, ela está autorizada – a
fazer a permuta de áreas lá da Cruzeiro. Mas o Governo, que é o Governo do
asfalto, que é o Governo que pensa na próxima eleição, que nunca quis enfrentar
a questão da habitação popular, que em quatorze anos de Administração Popular
fez dez mil e quinhentas casas de péssima qualidade e que comprou mil
apartamentos no Jardim Leopoldina superfaturados, quando a Metroplam e a
Prefeitura disseram que tinham que pagar 0,6; pagou 1,2. E eu não sei por que
pagaram preço superfaturado.
Esse
é o Governo da Frente Popular! Esse é o Governo que está aí! Vão votar de novo.
E
qual é a questão? A questão é que o Governo tem um discurso para a habitação,
para a saúde, para a transparência. Agora, o discurso tem de ser traduzido na
prática, e na prática não adianta dizer que eu sou a favor da saúde pública e
não ter dinheiro para botar remédio na prateleira dos postos; e não ter médico
e ter a política do “ao-ao”, ao Fulano, ao Sicrano. Não adianta eu dizer que
sou favorável à habitação popular e não fazer a regularização fundiária.
Essa
é a grande contradição que fica aqui plasmada hoje, e nós vamos continuar nesse
caminho. Achamos que o Orçamento Participativo tem a sua legitimidade, mas não
pode ser anulado. Não pode ser anulada a vontade soberana do povo, que são seus
Vereadores.
Portanto,
nós queremos reafirmar que a contradição torna-se aguda aqui. Aliás, o Governo
nem sequer vem sustentar aqui na tribuna. Eu queria ver o argumento do Governo.
Eu queria ouvir por que não se pode fazer o assentamento na Tronco. Deve haver
uma explicação extraordinária. O “Prefeito biônico” deve ter uma explicação
extraordinária. Por isso, nós vamos continuar, vamos fazer a nossa luta nessa
trincheira de defender as causas populares. O Governo fica com o discurso, e
nós ficamos com a prática da defesa popular. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação o Requerimento de prorrogação da Sessão
por mais duas horas, de acordo com o art. 145 do Regimento. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver. Carlos Alberto Garcia.
O Ver. Carlos Alberto Garcia
está com a palavra para encaminhar a Emenda n.º 153 ao PLE n.º 044/02.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é praxe eu
sempre votar contra. É para manter a coerência. Ver. Sebastião Melo, V. Ex.ª
apresentou as Emendas e, como Relator, eu tentei salvar todas as suas Emendas.
Mas V. Ex.ª disse que não queria que fossem salvas. V. Ex.ª parece que quer
fazer o confronto, porque não sabe o que é diretriz, e nós colocamos: (Lê a
Emenda.) Quer dizer, nem isso V. Ex.ª quer. Realmente, não entendemos o que V.
Ex.ª está propondo com isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
para encaminhar a Emenda n.º 153 ao PLE n.º 044/02.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, tenho tido dificuldade em votar uma porção de
emendas, uma quantidade de emendas, pelo seu conteúdo, no sentido de
estabelecer que se façam determinadas obras, o que refoge absolutamente à
natureza da matéria que estamos votando e trabalhando. Agora, diretrizes
orçamentárias são indicativos. Eu venho defender esta Emenda, e disse ali a
alguns Vereadores que aqui o “promover”, na minha opinião, deve ser recebido
como um indicativo a políticas tendentes em determinadas situações concretas, levar
a possibilidade de desapropriar, negociar, fazer a permuta entre áreas do
Estado e da União, buscando evidentemente a regularização fundiária.
Quero
dizer aqui, com a máxima e absoluta tranqüilidade, que a matéria se ajusta
dentro das diretrizes orçamentárias. O “promover” aqui colocado é indicativo,
poder-se-ia dizer, e parece-me o mais adequado, de estabelecer políticas
fundiárias, abrindo perspectivas para o Município fazer desapropriações, para o
Município estabelecer trocas, etc.
Do
ponto de vista técnico, esta Emenda se ajusta à natureza jurídica da Lei de
Diretrizes Orçamentárias, ela estabelece o norte para uma determinada política.
Aqui, quando se fala em “promover”, não se está determinando que faça agora,
ali, mas que se tenha uma política que promova, que busque fazer
desapropriações, fazer aquisições, permutas com áreas, onde as situações em
concreto estabeleçam para buscar-se uma política fundiária no Município de
Porto Alegre. Esta Emenda se ajusta dentro dos cânones estabelecidos na Lei de
Diretrizes Orçamentárias. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para encaminhar a Emenda n.º 153 ao PLE n.º 044/02.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu vou falar desta vez
para não ter de falar nas outras situações. Sei que estou desagradando a todos
os que estão resistindo, ficando aqui na Casa, cumprindo com a sua
responsabilidade, a quem eu presto as minhas homenagens.
Na
verdade, Ver. Sebastião Melo, a sua Emenda seria absolutamente desnecessária se
alguém tivesse vontade de realmente cuidar do problema aqui na Cidade. Eu penso
que, tecnicamente, a sua Emenda não está bem escrita, penso até que o Ver.
Carlos Alberto Garcia tem razão nesse particular, mas eu até entendo todos
aqueles que ficam revoltados contra essa situação e que buscam tomar alguma
posição, entram em desespero e até erram tecnicamente, e eu prefiro que errem,
tentando acertar, do que se omitam, como está ocorrendo uma omissão, neste
particular, no Município de Porto Alegre.
Eu
ouvi falar em Vila Tronco, mas aquela que vocês chamam de ditadura, em 1985,
quando eu saí do DEMHAB, nós estávamos com um canteiro de obras em andamento,
regularizando toda aquela obra. Eu ouvi discussões aqui sobre temas que
ocorreram há vinte anos. O que é isso minha gente, o que se fez durante todo
esse período? Aumentou-se a exclusão social, para usar o tema em voga no
momento? A Vila Tronco já é quase centenária e não tem enfrentamento.
Eu
concordo com o Ver. Carlos Alberto Garcia, eu penso que a Emenda está mal
redigida, mas há um valor que eu quero registrar, ou seja, ela acentua a
ineficácia dos projetos habitacionais do Município de Porto Alegre e a ausência
de um programa objetivo, claro, que busque contornar, definitivamente, o
problema que se arrasta pela Cidade. Vale então a Emenda como protesto,
simplesmente como protesto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para encaminhar a Emenda n.º 153 ao PLE n.º 044/02.
O SR. RAUL CARRION: Ex.mo Ver. José Fortunati e
demais Vereadores e Vereadoras, em primeiro lugar gostaríamos de dizer que
também estávamos de acordo com as Subemendas, inclusive, da Emenda passada;
falamos para o Ver. Sebastião Melo, mas ele é intransigente, não quer aceitar
as Subemendas, sobre as quais poderíamos chegar a um acordo. Com relação a esta
Emenda, evidente que nós temos trabalhado, inclusive para que o Estado e o
Município em diversos momentos façam parcerias, adquiram áreas. Vamos citar
alguns casos que foram inclusive solucionados, como o Unidão, que o Ver.
Sebastião Melo acompanhou, como a Vila Protásio Alves, como o Porto Seco,
colocamos na Wenceslau Fontoura; como a Vila Santo Antonio, uma parceria entre
o Estado e o Município; a Costa e Silva, que abrigou Aeroporto, Brigada
Militar. O que eu quero dizer? Que, independente desta Emenda aqui, tem sido
esta a prática do Governo da Frente Popular; não é uma novidade, portanto, esta
Emenda. Com o teor do que o capítulo 9 traz, está prevista a compra de área, a
regularização em áreas do Estado e do Município, por exemplo: “Potencializar e
incentivar a produção de loteamentos habitacionais populares, com tipologia
horizontais e verticais, estudando o caso mais adequado, reservado espaço para
área e tal...”, aqui prevê, está embutida, implícita nisto aqui, a aquisição de
áreas. Evidentemente, isso não poderá se realizar sem a existência de uma área;
reassentar famílias que habitem em locais impróprios para moradia em acordo com
a comunidade - claro que nisso está implícita a aquisição de área ou então a
permuta com o Estado ou a negociação com o Estado; reassentar fora das áreas de
preservação permanente famílias que habitam em locais impróprios para a moradia
em acordo com a comunidade; dar continuidade às ações do projeto integrado da
entrada da Cidade, onde serão adquiridas as áreas, onde serão feitas, se for o
caso, permutas com Estado.
Então,
a nossa discordância com a Emenda do Ver. Sebastião Melo não é no sentido de
que o Governo Municipal, a Frente Popular não vá fazer os reassentamentos, não
vá adquirir áreas; ao contrário, temos lutado e, mais do que lutado, temos
conquistado em parceria com o Governo Municipal e com o Governo do Estado essas
áreas, e, evidentemente que na Tronco e em tantas outras áreas, isso será
encaminhado.
Parece-nos,
porém, que a Emenda que o Ver. Sebastião Melo faz coloca de uma forma
inadequada e tenta passar a idéia de que isso não estava previsto no Projeto de
Lei de Diretrizes Orçamentárias. Então, por essa razão destacamos e por essa
razão votaremos contrariamente, continuando a defender que se faça o que já vem
sendo feito, que é a solução dos problemas de tantas comunidades, como já
indicamos aqui. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (José Fortunati): Em
votação nominal a Emenda n.º 153, destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo
Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) (Após apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM,
11 votos NÃO, 01 ABSTENÇÃO. Conseqüentemente, fica
prejudicada a votação da Subemenda respectiva.
Em
votação a Emenda n.º 154 ao PLE n.º 044/02, de autoria dos Vereadores Sebastião
Melo, João Antonio Dib e João Carlos Nedel, destacada pelo Ver. Raul Carrion e
outros. (O Sr. 2º Secretário, Ver. Paulo Brum procede à leitura da Emenda.)
(Pausa.)
O
Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para um esclarecimento.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Para esclarecer que as Emendas
destacadas, todas elas, desde a 152 até o final, foram destaques da Bancada do
PT e, apenas, por uma ordem aleatória, apareceu o nome do Ver. Raul Carrion em
primeiro.
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para encaminhar a Emenda n.º 154 ao PLE n.º 044/02.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs
Vereadoras, Ver. Elói Guimarães, eu fui buscar no Aurélio, que não peguei
emprestado aqui, mas mandei buscar no meu Gabinete. Promover: dar impulso,
trabalhar a favor de, favorecer o progresso de, fazer avançar, fomentar.
Então,
por favor, não venham aqui com neologismo, por favor. O Governo, quando quer
votar contra o povo utiliza até a distorção da língua portuguesa. Até a
distorção da língua portuguesa o Governo utiliza para votar contra o povo. Pois
eu quero dizer o seguinte: a nossa Emenda, que segue nesse diapasão, diz o
seguinte: “Promover a construção de arquibancadas.” A Subemenda diz: “Altera
para estudar a viabilidade.” Isso aqui para mim tem outro nome no linguajar
popular: “enrolação”. No linguajar popular tem outro nome, no adágio popular, a
Subemenda tem um nome: “enrolação”.
É
o que têm feito em relação à Cruzeiro e à Tronco. Então, por favor, vamos
arrumar outros argumentos para sustentar. O que o Governo não quer mesmo é
enfrentar a questão da regularização fundiária!
Mas,
nós estamos, aqui, discutindo uma Emenda que diz respeito, acrescenta a
seguinte diretriz no inciso X: “Esporte, recreação e lazer. Promover a
construção de arquibancadas e vestiários nos campos de futebol dos centros
comunitários.”
Olha,
não sou daqueles que acham que a verdade tem que ser decretada, que a verdade
tem dono, acho que a verdade se constrói. Eu ouvi desta tribuna que o
proponente desta Emenda está fazendo uma coisa sem discussão. Eu quero dizer
que todas essas Emendas propostas, Sr. Presidente, foram fruto de grandes
discussões, de muitas discussões. Seja aqui na Câmara, seja lá no bairro, da
mesma forma que achamos que é legítimo, que o Orçamento Participativo - que não
contempla a maioria das demandas da Cidade, e muitas das obras não são contempladas
no Orçamento, o cobertor é curto. O Governo faz a opção de fazer o asfalto. Eu
não sou contra asfalto, mas o povo não come e não bebe asfalto e não dorme
debaixo do asfalto. O asfalto é importante na vida de uma comunidade, mas, se
olharmos os últimos dez, doze anos, Ver.ª Sofia Cavedon, V. Ex.ª sabe disso, a
questão habitacional agravou-se muito nesta Cidade, e o seu Governo não fez
nenhuma política que pudesse avançar no sentido de ser arrojada; paliativos
tivemos muitos, é verdade. Não venha a senhora dizer: “Os outros Governos
também não fizeram”, o Governo anterior também não fez, o Governo do Estado não
teve nenhuma política habitacional, assim como o Governo atual também não tem
nenhuma, como o Governo Federal também não tem. Não venham os senhores dizer
que são diferentes dos outros, os senhores são iguaizinhos ao Fernando
Henrique! Os senhores gostam de tapete vermelho, de bons restaurantes, têm
discurso social como Fernando Henrique, os senhores fazem igualzinho, só que
governam para a burguesia. Aliás, eu já estou vendo logo ali na frente que
estarão junto com Fernando Henrique no segundo turno; então, eu não sei por que
falam mal. Portanto, eu volto a dizer que estamos aqui sustentando emendas
populares, que vão ao encontro de demandas de uma comunidade como tantas outras
carentes e que estão através do Parlamento legítimo, da vontade do povo,
querendo incluir na Lei de Diretrizes para que depois amanhã, no Orçamento,
resgatem a cidadania. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar a Emenda n.º 154 ao PLE n.º 044/02.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volto a
insistir, porque parece que o Vereador não sabe. Por exemplo, eu digo que vou
promover uma compra. O que é promover uma compra? É efetuar a compra. O
Vereador parece que não entende, ele quer traduzir numa linguagem e mudar.
Olha, promover a construção é construir. O que estou colocando na Subemenda?
Promover estudo de viabilização, oportunizando a possibilidade de compra e
permuta, ou seja, é necessário discutir. O Vereador discutiu com as
comunidades, mas eu não vi o Vereador em nenhum momento, em nenhum fórum de
lazer e recreação, e eu estive no fórum.
Vereador,
eu quero dizer que durante quatro anos briguei nesta Casa e nos centros
comunitários para que os centros comunitários que pertenciam a FASC mudassem
para o desporto, para a Secretaria Municipal de Desporto, porque, se tem campo
de futebol, pista atlética, piscina e ginásio, tem que ficar no esporte. Nós
fizemos essa discussão com a comunidade, com o Executivo, no fórum respectivo,
mas agora o Vereador vem aqui e diz que fez discussão que eu nunca vi, nunca
vi. Por certo ele fez uma discussão entre três ou quatro pessoas, que é uma
discussão. Agora, eu quero dizer que nós tentamos – e eu sou um homem de
desporto. Vamos fazer estudo, porque com estudo a gente obriga o Município a
estudar e ver a possibilidade dos novos centros comunitários. Não, ele quer
assim: ou se faz, ou não se faz. E aí quer mudar. Promover a compra é comprar.
Ou o Vereador, depois, na outra Emenda, talvez venha aqui contestar. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal a Emenda n.º 154,
destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADA
por 04 votos SIM, 13 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES. Conseqüentemente, está prejudicada a votação da
Subemenda.
Em
votação a Emenda n.º 155 ao PLE n.º 044/02, de autoria dos Vereadores Sebastião
Melo, João Antonio Dib e João Carlos Nedel, destacada pelo Ver. Raul Carrion e
outros. (O Sr. Presidente procede à leitura da Emenda.) (Pausa.) O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar a Emenda n.º 155 ao PLE n.º
044/02.
O SR. SEBASTIÃO MELO: O velho ditado popular diz que as
abóboras vão se assentando no andar da carruagem. O Ver. Carlos Alberto Garcia
acabou de nos dar uma lição aqui. Disse que trabalhou quatro anos, mas
trabalhou mal, porque não conseguiu nada. Ele disse que trabalhou quatro anos
lá na região e se tivesse conseguido não haveria as Emendas. Ele chegou aqui e
disse: “Mas, eu trabalhei quatro anos.” Segundo, ele disse: “Não, mas o senhor
não vai em reunião, e tal.” Quer dizer: só valem as reuniões, na Cidade, onde o
Ver. Carlos Alberto Garcia estiver presente. Se ele não estiver presente, não
vale a reunião. Então, por favor, Ver. Carlos Alberto Garcia. Eu respeito muito
V. Ex.ª. V. Ex.ª tem um grande mandato, V. Ex.ª é um grande Vereador, não penso
o que V. Ex.ª já expressou desta tribuna; respeito muito o mandato de V. Ex.ª,
a sua trajetória, a sua luta e, evidentemente, cada um na sua caminhada.
Ver.ª
Maristela Maffei, V. Ex.ª sabe que há um princípio na democracia que é de uma
profundidade enorme: posso não concordar absolutamente com nada do que a
senhora diz - já que a senhora não concorda comigo -, mas para sustentarmos
essa democracia, em nome da democracia, mesmo não concordando com nada, temos
de respeitar o que os outros falam. Correto? V. Ex.ª tem toda liberdade, V.
Ex.ª pode sair do Plenário, não tem problema nenhum.
Mas,
quero, aqui, mais uma vez, sinalizar que tivemos grandeza, porque quando foi na
reta final do prazo das Emendas, no dia 18, prazo que estabelecemos de comum
acordo na Comissão, estabelecemos que até o dia 18, individualmente, os
Vereadores poderiam propor Emendas, mesmo sabendo que a Lei permitia enquanto o
processo se encontrasse na Comissão. E este Vereador redigiu de forma errônea
as Emendas, tanto é que reconheceu isso. As Emendas que estamos votando aqui,
hoje, são Emendas de comissão, não são emendas individuais, e acho que quando a
gente erra temos de ter grandeza. Tenho o entendimento de que as Subemendas
colocadas pelo Ver. Carlos Alberto Garcia distorcem a intenção, que foi o
debate das Emendas. “Promover” tem um significado; “fazer estudo de
viabilidade” é outra coisa completamente diferente.
Então,
portanto, vimos aqui sustentar e só para dizer que temos o entendimento de que
“promover” vai fazer com que efetivamente se possa colocar no debate. O “estudo
de viabilidade” é apenas para dourar a
pílula e dizer que “nós não estamos descuidando da questão.” Mas isso vale
para o discurso, na prática não tem nenhum efeito. Portanto, nós temos o
entendimento de que a matéria deve ser votada “sim” pela Emenda e deveria ser
rejeitada a Subemenda. Mas o que estou vendo é que, no seu conjunto, todas as
Emendas serão rejeitadas, porque o Governo quer deixar muito claro que é a sua
vontade, que não quer falar do esporte, não quer falar da habitação. Essa é a
vontade do Governo e, portanto, o Governo que, neste momento, tem maioria na
Casa, vai votar contra as emendas da Cruzeiro e contra as emendas da Tronco.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar a Emenda n.º 155 ao PLE n.º 044/02.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, houve a discussão, na época em que o Ver. José
Fortunati foi Vice-Prefeito - e eu estava falando com o Passarinho, que tem um
filho que joga, hoje, fora do Brasil, um craque que se formou lá – e foi
concedido o telamento, por discussão, ali naquela região, e eu participei efetivamente,
o que muito me orgulha. Foi feita essa discussão, como foi feita a discussão da
iluminação no campo do Parque Minuano com a comunidade.
Vereador,
a Lei n.º 4.320 é clara, o artigo 33 diz que tem de ter projeto, e projeto só
por meio de estudo. Não podemos colocar goela abaixo sem ter projeto. É
simplesmente isso, nada contra.
Muito
me orgulha que fizemos a discussão e vamos fazer, porque é um assunto que me
agrada, porque é da prática do meu dia-a-dia; eu sou um profissional de
Educação Física e isso é o meu dia-a-dia, inclusive sou membro do Conselho
Federal de Educação Física deste País.
Estou
colocando um dado exato na região que V. Ex.ª está citando. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação nominal a Emenda n.º 155,
destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) REJEITADA por
08 votos SIM, 11 votos NÃO.
Em
votação a Emenda n.º 156 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo,
destacada pelo Ver. Raul Carrion e outros. (O 2º. Secretário, Ver. Paulo Brum,
procede à leitura da Emenda.)
Em
votação nominal a Emenda n.º 156, destacada, ao PLE n.º 044/02, solicitada pelo
Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) (Após apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM,
11 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Em votação a Emenda n.º 157 ao PLE n.º 044/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, destacada pelo Ver. Raul Carrion e outros. (O 2º. Secretário, Ver. Paulo Brum, procede à leitura da Emenda.) (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs
Vereadoras, esta Casa têm conhecimento - os Srs. Vereadores - de que há um
projeto antigo de extensão daquela rua que passa por trás do Olímpico, que é a
Cel. Mazzeron. Com a abertura daquela avenida, terá que haver, com toda a
certeza, o reassentamento de várias famílias que vivem no leito daquela rua. Eu
já ouvi, em um debate, o Roque, que é um cidadão muito sério, gosto muito dele,
dizendo, inclusive na comunidade, que, nos próximos três anos, não há problema.
Mas há um projeto que vem de longo tempo: é que o Governo, penso que,
acertadamente, vai ter que abrir a Cel. Mazzeron, para dar melhor vazão ao
trânsito. Esta Emenda, Presidente, visa justamente a contribuir com o
reassentamento daquelas famílias, que não são poucas. E a nossa Lei Orgânica
também é clara quando diz que o reassentamento tem de ser feito na região, o
que muitas vezes não é possível. Mas a verdade é que essa é uma questão, Ver.
Estilac Xavier, e V. Ex.ª, que foi Secretário de Obras, pode aqui confessar ou
não.
(Aparte
anti-regimental inaudível.)
E
quero voltar aqui a dizer: o Governo da Frente Popular tem um discurso muito
jeitoso com a inclusão social. Talvez, dos governos que estão aí colocados,
seja o que melhor trabalha, no discurso, a inclusão social, porque tem uma
técnica, investe pesado na publicidade, inclusive colocando, como eu disse
aqui, Ver. Ervino Besson, o dinheiro do Governo Federal, que muitas vezes vem
para o Município de Porto Alegre. Eles pegam esse dinheiro e dizem que é obra
do Município e não têm um pouquinho de dignidade para dizer: “Olhem, isto aqui
é em parceria com o Governo Federal, com o qual nós temos diferenças, mas que é
o Governo do Brasil, é a instituição que tem de ser respeitada.
Então,
quanto à habitação popular: quatorze anos de governo, dez mil e quinhentas
habitações, dados da Prefeitura - não sei se estão certos, mas são dados da
Prefeitura -, mais mil e novecentos e noventa e poucos do Jardim Leopoldina,
superfaturado. Essa é a política habitacional do Governo Municipal.
Temos
uma outra lógica, o cidadão mora no Município; o cidadão não mora na União. O
cidadão mora numa rua, num bairro. A reforma tributária tem que vir, sim,
reforma indispensável para o País, mas nós não somos dessa política de
transferir responsabilidades, e a Prefeitura de Porto Alegre, ao longo de dez
anos, transferiu a responsabilidade da questão da habitação para o Governo do
Estado. Ganharam o Governo do Estado, que chega aos três anos e meio sem fazer
nenhuma habitação e transfere a responsabilidade para o Governo Federal.
Poderão até chegar ao Governo da União, e aí eu não sei para quem eles vão
transferir a responsabilidade, talvez para o Papa, para o Vaticano, talvez para
a ONU, ou para o Fundo Monetário, que é o parceiro agora de caminhada da Frente
Popular, que até agora era contestado, mas agora é parceiro. Talvez eles irão
transferir a responsabilidade para o Fundo Monetário, porque durante dez anos
transferiram para o Estado; nos últimos quatro anos, quando têm o Estado,
transferiram para o Governo da União; se chegarem ao poder, quem sabe
transfiram para o FMI ou, talvez, para outros órgãos internacionais. Nós
queremos uma solução que tenha parceria local, e o Governo tem feito a
preferência por outras obras e não pela obra da habitação.
Essa
é a sustentação da nossa Emenda, que ficará, evidentemente, não contando com o
Governo, para deixar claro para a população que o discurso é um e a prática é
outra.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em votação a Emenda n.º 157, destacada,
ao PLE n.º 044/22. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) REJEITADA.
Encerramos
a votação do PLE n.º 044/02.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 19h27min.)
* * * * *